Descobertas

Em 2009 aprendi e descobri muitas coisas.

Aprendi que arriscar vale mais a pena que permanecer inerte;

Aprendi que manter as amizades conquistadas é algo valioso;

E que fazer novas é uma benção;

Aprendi que meu fígado está melhor do que nunca;

Aprendi que ninguém morre com um “não” (nem com mais de um);

E que sou capaz de agüentar um dia de trabalho mesmo de ressaca;

Descobri novos “eus”;

E agora preciso juntar os antigos e os novos, pois não devemos abandonar quem somos e o que conquistamos;

Aprendi que gosto de música sertaneja e até de pagode;

Descobri “The Office”;

Permaneci amando Friends e House;

Descobri que sou capaz de fazer grandes cagadas quando bêbada

Mas que as maiores faço sóbria;

Percebi que meu amor ao Grêmio é igualmente proporcional ao meu ódio ao Inter, e que, nessa lógica, sou capaz de torcer para outros times contra o meu próprio;

Perecbi que meu amor por Buenos Aires permanece intocado;

Mas que em 2010, está na hora de ir mais além;

Descobri, principalmente, que tenho capacidade de mudar.

E que continuarei assim em 2010.
A história é construída pelos homens e seus tempos, com interpretações e não com fatos, tal como as águas que sobem montanhas, ao invés de lançaram-se ao mar.

Albert Camus

Lições em 2009

Parece bobagem mas é verdade: um "não" não mata ninguém.

Que venha 2010!

E mais um se vai...

O ano se aproxima do fim.
Não pretendo esperar o dia 1º de janeiro para mudar o que deve ser modificado, mas confesso que a idéia, mesmo ilusória, de um novo começo me faz bem. Quero, e vou, continuar meu rumo a procura de um novo "eu".
O ano que vai terminando foi bom. Mudei algumas coisas, outras não. Mantive o que deve ser mantido: amizades, conquistas, desejos. E assim a vida segue, com ciclos se encerrando e outros começando.
No final das contas, o saldo é positivo. Contudo...pode ser melhor.
Esperemos. Nesse meio tempo, retorno a minha amada cidade, aquela na qual não nasci, mas que faz parte de mim. Bela Buenos Aires, de ótimas recordações, será uma boa maneira de encerrar 2009!

Time

O tempo é relativo, já dizia Einstein.

Eu já pensei nisso outras vezes mas agora penso novamente: quantas vezes dizemos que estamos sem tempo, quando na realidade, sempre o temos quando queremos?

Adeus Inércia!

Há cerca de dois meses, quando o Grêmio foi desclassificado da Libertadores, escrevi um texto. Fico feliz de saber que, as vezes, algumas coisas se concretizam.
Disse então que a realidade, por vezes, era menos pior do que as expectativas que criamos acerca dela. Hoje tenho certeza que essa conclusão não são apenas palavras. Trata-se daquele tipo de certeza que só a prática nos traz.
Melhor do que acreditar que temos algo bom quando não temos é encarar o fato de que nem sempre estamos certos em relação à nossas vidas. Ontem - metaforicamente falando - abandonei uma pessoa que se deixava inerte enquanto a vida passava e abracei uma nova, que não fica sentada esperando as coisas magicamente acontecerem. A vida não é uma comédia romântica. Pelo menos a minha não é.
Como tudo que traz um bônus traz seu ônus, me vejo hoje em frente a alguns desafios. Mas independente disso, percebo que tenho que dar valor ao que já conquistei, bem como devo valorizar tudo que tenho de verdadeiro em minha vida, as pessoas que me cercam e realmente gostam de mim, que fazem ter sentido real e concreto a existência de palavras como respeito e reciprocidade. Isso é raro e as vezes dificil de enxergar em meio a tantas ilusões.
Eu certamente vou continuar errando nessa vida. Certamente continuarei comentendo cagadas, julgando mal e interpretando erroneamente fatos, atos e pessoas. Mas parada não ficarei mais.
E isso é MUITO bom!

Esperança e Utopia

Falava eu, dia desses, com uma amiga sobre esperança. Disse naquela ocasião que a equiparava à uma espécie de ilusão utópica. Coisas da vida, me deparei ontem com o novo livro do gênio português e, veja só, havia um texto sobre isso! Por essa razão, ao invés de tentar escrever algo sobre o assunto, reproduzo suas palavras, anos luz melhor que qualquer tentativa que eu pudesse fazer:
"Esperanças e utopias
By José Saramago

Sobre as virtudes da esperança tem-se escrito muito e parolado muito mais. Tal como sucedeu e continuará a suceder com as utopias, a esperança foi sempre, ao longo dos tempos, uma espécie de paraíso sonhado dos cépticos. E não só dos cépticos. Crentes fervorosos, dos de missa e comunhão, desses que estão convencidos de que levam por cima das suas cabeças a mão compassiva de Deus a defendê-los da chuva e do calor, não se esquecem de lhe rogar que cumpra nesta vida ao menos uma pequena parte das bem-aventuranças que prometeu para a outra. Por isso, quem não está satisfeito com o que lhe coube na desigual distribuição dos bens do planeta, sobretudo os materiais, agarra-se à esperança de que o diabo nem sempre estará atrás da porta e de que a riqueza lhe entrará um dia, antes cedo que tarde, pela janela dentro. Quem tudo perdeu, mas teve a sorte de conservar ao menos a triste vida, considera que lhe assiste o humaníssimo direito de esperar que o dia de amanhã não seja tão desgraçado como o está sendo o dia de hoje. Supondo, claro, que haja justiça neste mundo. Ora, se neste nestes lugares e nestes tempos existisse algo que merecesse semelhante nome, não a miragem do costume com que se iludem os olhos e a mente, mas uma realidade que se pudesse tocar com as mãos, é evidente que não precisaríamos de andar todos os dias com a esperança ao colo, a embalá-la, ou embalados nós ao colo dela. A simples justiça (não a dos tribunais, mas a daquele fundamental respeito que deveria presidir às relações entre os humanos) se encarregaria de pôr todas as coisas nos seus justos lugares. Dantes, ao pobre de pedir a quem se tinha acabado de negar a esmola, acrescentava-se hipocritamente que “tivesse paciência”. Penso que, na prática, aconselhar alguém a que tenha esperança não é muito diferente de aconselhá-la a ter paciência. É muito comum ouvir-se dizer da boca de políticos recém-instalados que a impaciência é contra-revolucionária. Talvez seja, talvez, mas eu inclino-me a pensar que, pelo contrário, muitas revoluções se perderam por demasiada paciência. Obviamente, nada tenho de pessoal contra a esperança, mas prefiro a impaciência. Já é tempo de que ela se note no mundo para que alguma coisa aprendam aqueles que preferem que nos alimentemos de esperanças. Ou de utopias."

But I still haven't found waht I'm looking for...

Engraçado como são as coisas. Há dois dias estou numa espécie de reencontro comigo mesma. Começa de maneira simples: rever um filme que há muito não via, reler um livro que há anos sequer era tocado, ouvir músicas adoradas mas que não eram ouvidas há tempos.
Um jeito, quem sabe, de lembrar quem eu sou, as coisas que gosto e que ajudaram a me tornar a pessoa que sou. Assim, que sabe, saio da letargia na qual me encontro nos últimos anos.
É fácil se perder. É facil esquecer algumas coisas. Quem somos e quem gostariamos de ser. O que gostaríamos de fazer. Isso é vital, é o que nos leva em frente, que faz o relógio seguir seu curso.
Coisas pequenas, mudandas, diárias, ordinárias. Coisas que me traziam felicidade e que, por razões que só a vida entende, não estavam significando mais nada. Agora tento trazer isso novamente pra minha vida, pra que eu não seja submersa pela realidade adversa.
E a ironia das ironias: certas coisas acontecem de maneira tão surpreendente que só algo muito abstrato e surreal, como o destino, para explicar. Receber um email de alguém em quem eu estava pensando há semanas mas com quem não falava há muito mais tempo que isso. Colocar no canal de música da Net e descobrir que há uma estação que toca somente músicas do U2. Como se não bastasse, estava tocando umas das minhas preferidas (e obscuras), Please, do execrado cd Pop.
Agora ouço. Escuto músicas de uma banda que amo e que me levou a uma cidade pela qual me apaixonei e que me traz ótimas recordações. Ontem, assisti o filme Contato, e me lembrei de quando o vi pela primeira vez, quando achava fascinante a descoberta de tantas coisas...época também que gostava muito de física, e achava, inocentemente, que um dia poderia alcançar meu objetivo de vida aos 10 anos, que era ser astrônoma (da Nasa, diga-se de passagem). Antes, claro, de descobrir que para ser físico, era necessário saber muita matemática.
Eu era assim. Eu gostava de me sentir curiosa. Minha curiosidade sempre me levou em frente, sempre fez com que gostasse de saber, de entender, de analisar, de pensar. Onde foi parar essa pessoa? No mesmo lugar que a pessoa que queria conhecer o mundo? Que acreditava que essa realidade pequena não era pra ela?
Ela está aqui, dormente em algum lugar. E está na hora do retorno. Retorno, espero, com um pouco da sabedoria que as pancadas da vida e as cagadas que fiz (ou que deixei de fazer) trouxeram.
Veremos.
Entre meios: I still haven't found what i'm looking for...definitivamente!

Navalha de Occam

Revendo um filme, me deparei com este conceito científico muito interessante. No filme Contato, a personagem de Jodie Foster tenta acabar coms os argumentos reliogiosos de Mathew Mcconaughey, dizendo, resumidamente, que é mais simples que nós tenhamos inventado Deus do que o contrário. Mal sabia ela que em momento posterior, esta mesma lógica a colocaria numa situação dificil.
Contudo, achei o conceito bem interessante. Engraçado, mas me fez lembrar do conselho dado à personagem Gigi, no filme "Ele não está tão a fim de você": "você não é a exceção, é a regra". Ou seja, as vezes temos que parar de nos iludir e aceitar a explicação mais simples das coisas.
Faz refletir...Quanto aos filmes, o primeiro é excelente e altamente recomendado. O segundo nem tanto.
Ah, claro que fui a internet pesquisar sobre a tal Occam's Razor...e o Wikipédia me salvou!
"Se em tudo o mais forem idênticas as várias explicações de um fenómeno, a mais simples é a melhor"
A Navalha de Occam defende a intuição como ponto de partida para o conhecimento do universo. William de Ockham defende o princípio de que a natureza é por si mesma económica, optando invariavelmente pelo caminho mais simples.

O princípio chega a nós com a obra Ordinatio. Esta postulava que todo o conhecimento racional tem por base a lógica, de acordo com os dados proporcionados pelos sentidos. Uma vez que só conhecemos entidades palpáveis e concretas, nossos conceitos não passam de meios linguísticos para expressar uma idéia, portanto, precisam de comprovação através da realidade física.

Ceticismo

Eu sinto falta do tempo que eu era cuidada. Certamente fui mal acostumada. Agora eu cuido.
Eu sinto falta de poder ficar doente e não ter que ouvir que uma gripe não é nada perto de coisas mais graves.
Eu sinto falta da época em que achava que amizade era tudo nessa vida. Hoje eu vejo que estamos sempre sozinhos, uns um pouco menos. E por isso, eu fico feliz, por ter gente legal ao meu redor.
Hoje estou cética. E mal humorada. Talvez por isso, mais pessimista que o normal. E por consequencia, esse dia, nesse ano, não tem maior significado pra mim.
Amanhã passa. Tudo passa.

De repente...

E assim, de repente, a gente fica feliz....

Basta uma mensagem.

E que venha o segundo turno e sua trigesima rodada!
'Guardar ressentimentos é como tomar veneno e esperar que outra pessoa morra.' William Shakespeare

Era mesmo.

Ela: a raiva

Durante muito tempo construí uma história em cima de um castelo destruído
E pra fugir dessa realidade dura eu já encontrei mais de mil motivos
Agora essas palavras de pessoas santas parecem música nos meus ouvidos
Já que ficou quase insuportável ouvir a voz dos meus olhos aflitos
De tanto chorar depois que a festa acabar
Se eu não me matar, talvez eu peça ajuda para voltar
Do lugar da onde despenquei feito um anjo que morreu de raiva
Na queda eu me despedacei mas eu já me permito mudar
Olhei ao meu redor para reconstruir meu castelo caído
Pra viver de bons momentos sem ter que ter os olhos escondidos
Já fiz até um testamento que não tem nada, nada, nada escrito
Já que a minha maior herança é a que eu vou levar comigo
Pra evoluir, depois que o terror passar
Se eu não suportar talvez eu peça ajuda pra voltar
Do lugar da onde despenquei feito um anjo que morreu de raiva
Na queda eu me despedacei mas eu já me permito mudar
Esse meu ódio é...
Meu ódio é...
O veneno que eu tomo querendo que o outro morra...


Letrinha de música para pensar.
Adoro essa frase, que se não me engano é de Shakeaspeare. O ódio é um veneno que tomamos. Mas a raiva...ah a raiva...essa eu acho que funciona que é uma beleza para nos mover em frente.
Eu de vez em quando me emputeço com várias coisas, pessoas e comigo mesma. E nessas horas, parece que mexe em algum lugarzinho lá dentro que pensa "ô bosta, agora eu ponho pra quebrar". A raiva, pra mim, funciona como impulsionador motivacional.
Porém, ela tem limite. Porque a raiva dura pouco. Geralmente, após ela, vem a tristeza e a sensação de fracasso. Porque ela é rápida e nem sempre - ou quase sempre - conseguimos fazer o que deve ser feito em seu tempo de duração.
Mas devemos aproveitar. Que seja eterna enquanto dure, como tudo na vida.

História

"Papai, então me ensina pra que serve a história".
Essa famosa frase, escrita por Marc Bloch em seu livro Apologia da História, é uma das minhas preferidas. A usei no meu TCC na Puc e em diversos trabalhos. Linda e simples. Simplesmente linda. Escolhi esta frase pois acho que ela expressa bem diversas questões que passam pela cabeça daqueles que fazem da história não apenas um hobby, mas uma profissão e até, diria eu, uma vida.
Mas o que me traz aqui não é a obra de Bloch, tampouco a contribuição da Escola dos Annales à historiografia. Essa pergunta singela é feita por mim, a mim mesma. Para que serve a nossa história?
Pra aprender e mudar? Para continuar fazendo as mesmas coisas, as mesmas ações? Nossa história de vida possui força para mudar algo? Em algum momento, realmente aprendemos com ela?
Acredito que sim, embora eu não seja a pessoa mais indicada para afirmar isso. Porém, não é porque somos incapazes de algo que este algo não exista. Se parassemos para refletir sobre nossa história, sobre nossas experiências, o que aprendemos ou deixamos de aprender com elas, certamente cresceríamos. Diriam alguns que evoluiríamos. Juízos de valor a parte, aprender algo com nosso passado certamente é bem vindo e desejável.
Penso muito nisso. Até que ponto posso dizer que aprendi com minha própria vida? Pergunto isso pois, se o ser humano parece impossibilitado de aprender com seu passado, nós, como indivíduos, temos essa prerrogativa?
Eu tenho um caminho a minha frente. Apenas um. E a lógica diria que isso é ótimo, pois afasta a, as vezes, incômoda sensação de escolha. Mas não. Porque o fato de existir apenas um caminho não restringe minhas opções. Por quê? Porque há sempre a escolha fundamentada na primeira lei de Newton. Permanecer parado. E essa é a escolha mais estúpida. E a mais escolhida por mim.
Ficar parada diante de um caminho é enlouquecedor. Porque a gente fica ali, pensando, imaginando tudo que pode acontecer, bom ou ruim. Imaginando. Pensando. Interpretando. Analisando. Parados. Inertes. Enquanto pensamos, a vida passa. E a caminhada fica ali, esperando ser trilhada.
Será que algum dia eu vou aprender com a minha própria história?

Limpeza

Acabei de fazer um limpeza. Botei coisa fora, arrumei as bagunças, mudei outras coisas de lugar.
Fiz porque o quarto estava uma bagunça, assim como minha cabeça. Dizem que o externo reflete o interno. Pois bem, se meu quarto realmente refletisse o que eu sou, ou melhor, o que estou sendo, seria assim: no exterior, tudo mais ou menos em seu lugar, uma leve baguncinha. Por dentro de armários e gavetas, uma sucessão de roupas, papéis, contas, cacarecos, tudo largado, misturado com pó.
Pois bem. O quarto está limpo. Cada coisa em seu lugar, algumas organizadas de maneira diferente. Será que agora organizo minha vida?
Espero que sim.

Vontades

Todo mundo tem. Vontade disso, vontade daquilo. Vontade de fugir e deixar tudo pra trás. Vontade de largar o emprego. Vontade de trabalhar com algo legal. Vontade de sentir-se amado. Vontade de amar. Vontade de ter dinheiro. Vontade de viajar. Vontade de fazer com que as coisas ruins não tivessem existido. Vontade que não existissem problemas nem conflitos. Vontade de voltar atrás.
Mas as vezes, vontades são apenas isso. E não serão nada mais. Porque nem sempre o que a gente quer depende apenas de nós.
O individualismo é uma ilusão.

Insight

O Grêmio acabou de perder a vaga na final da Libertadores. Foi patético. E o pior? Eu acreditei – irracionalmente – que poderíamos ganhar. Não era totalmente impossível. Contudo, bastava um pouco de conhecimento do histórico do Grêmio nesse ano para saber que seria muito improvável. Falta de qualidade, principalmente no ataque. O que dizer de um time que cria oportunidades, mas perde gols absurdos?

Pois então...mas um pensamento veio. E quero registrá-lo para que fique permanentemente na minha cabeça. Até o gol do Cruzeiro, eu acreditava, contra todas as possibilidades, que poderíamos conquistar a vaga na final. E depois...calma, serenidade completa. Simplesmente a realidade soterrou as expectativas sonhadoras. E então percebo: a realidade, muitas vezes, é menos danosa do que as expectativas que criamos. Como explicar isso?

Não sei.
O que sei? Que isso pode ser aplicado na vida. As vezes ficamos com medo de agir, de falar o que sentimos, de fazer o que queremos. E permanecemos inertes. Mas e aí? Será que essa inércia, que essa ilusão não é muito pior do que encarar a verdade? Penso, e quero que de alguma maneira eu possa interiorizar isso, que falta coragem para encarar certas coisas e que essa falta de coragem é burra. Enfrentar os problemas, os sentimentos de frente é muito pior que não saber. Eu sei disso, e experimentei isso hoje. Agora, eu preciso agir de acordo com essa constatação.

Quero mudar de emprego? Preciso mandar currículo, preciso fazer um curso, enfiar a cara nos livros e estudar para um concurso. Mais que isso: preciso tirar da minha cabeça que sou pior que qualquer outro, que sou burra, que sou limitada. Meu medo de estudar, de me dedicar e não passar me amedronta tanto que me deixa paralisada. Por conta disso, permaneço numa profissão que detesto. Por outro lado, preciso de dinheiro, e a realidade, nesse caso financeira, paralisa.

Isso é difícil... fácil, porém, se comparado com outras coisas. O que fazer quando não sabemos o que fazer com um sentimento? Abri-lo? Exteriorizá-lo? Como fazer isso se muitas vezes sequer entendemos o que sentimos? E os riscos? De perceber que estamos fazendo uma bobagem, nos expondo ao ridículo? Mas esse medo, não é pior do que não encarar a verdade? Essa não é a única maneira de conseguir, simbolicamente, enterrar alguém e seguir em frente? O luto, por obvio, só vem após uma morte. Sem a morte, não há como superar a dor. Agora, esperar a morte, que é inevitável, e imaginar, erroneamente, que podemos superá-la, não é a maior das burrices?

Não sei...que eu tenha forças para interiorizar isso.

E que o Grêmio contrate novos jogadores para ter esperança de conseguir alguma porra de titulo.

Opiniões

A grama do vizinho é sempre mais verdinha. Fato da vida. Não que a grama seja mais verde, mas que ela sempre parece ser mais, sendo a palavra chave "parece".
Em geral, olhamos pra vida alheia e temos duas reações: ou a achamos melhor do que a nossa ou vemos seus problemas e pensamos como é fácil resolve-los (isso porque os problemas dos outros sempre são mais simples, por mais imbecil que pareça essa lógica). Opinar sobre as escolhas dos outros é fácil. Dificil é ter opinião sobre nossas vidas e agir de acordo com elas.
Contudo, não vou criticar essa mania que quase todos possuímos. Até porque seria chover no molhado, fazemos isso e pronto. O que me faz refletir é o seguinte: por essa exata razão, será que não deveríamos escutar mais os outros, aqueles que enxergam nossa vida do lado de fora?
Nossa....pensar nisso é chocante. Eu não faço isso. Quase nunca. Talvez se o fizesse, seria uma pessoa mais saudável, mais feliz, com mais auto-estima. Até menos pessimista, embora eu ache que certas coisas são da essência da pessoa e não mudam (como diria House "people dont change"). Então penso que talvez esteja na hora de ouvir as pessoas que gostam de mim, que sempre me dizem certas coisas que eu escuto mas não ouço.
Taí uma boa resolução para esse início de ano. Vai ser diíicil, mas o fato é que, se em 26 anos eu ouço só a mim e tenho inúmeras reclamações do rumo que minha vida tomou, fico pensando que se tivesse parado e escutado as pessoas ao meu redor, talvez hoje eu estivesse mais satisfeita. O mais curioso é que desde pequena, sempre fui conselheira, a amiga que sempre está lá, pronta com uma opinião. E as pessoas me ouvem! Isso que é incrivel! E a recíproca não é verdadeira! E se, seguindo o raciocínio lógico da coisa, eu ouço a mim mesma e não gosto dos resultados, então é porque estou fazendo algo errado. hum...loucura? Talvez sim, talvez não.
Divagações a parte, o fato é que opinar sobre a vida alheia só deve ser feito quando as pessoas querem e quando não traz incomodação pra ti. Senão, o melhor é ficar quieto, até porque corremos o risco de dizer algo que pode ter consequências bem ruins. Felizmente - ou não - meu lado racional sempre falou mais alto e tem coisas que eu não digo pois seriam fatais, colocariam amizades em risco. Meu medo é que um dia desses, elas saiam sem aviso prévio, num estouro de verdade, que eu ainda não tive.
Então, além de deixar as pessoas (entenda-se pessoas amigas) meterem o pitaco na minha vida, vou ser mais advogada e historiadora do que psicóloga dos outros.