História

"Papai, então me ensina pra que serve a história".
Essa famosa frase, escrita por Marc Bloch em seu livro Apologia da História, é uma das minhas preferidas. A usei no meu TCC na Puc e em diversos trabalhos. Linda e simples. Simplesmente linda. Escolhi esta frase pois acho que ela expressa bem diversas questões que passam pela cabeça daqueles que fazem da história não apenas um hobby, mas uma profissão e até, diria eu, uma vida.
Mas o que me traz aqui não é a obra de Bloch, tampouco a contribuição da Escola dos Annales à historiografia. Essa pergunta singela é feita por mim, a mim mesma. Para que serve a nossa história?
Pra aprender e mudar? Para continuar fazendo as mesmas coisas, as mesmas ações? Nossa história de vida possui força para mudar algo? Em algum momento, realmente aprendemos com ela?
Acredito que sim, embora eu não seja a pessoa mais indicada para afirmar isso. Porém, não é porque somos incapazes de algo que este algo não exista. Se parassemos para refletir sobre nossa história, sobre nossas experiências, o que aprendemos ou deixamos de aprender com elas, certamente cresceríamos. Diriam alguns que evoluiríamos. Juízos de valor a parte, aprender algo com nosso passado certamente é bem vindo e desejável.
Penso muito nisso. Até que ponto posso dizer que aprendi com minha própria vida? Pergunto isso pois, se o ser humano parece impossibilitado de aprender com seu passado, nós, como indivíduos, temos essa prerrogativa?
Eu tenho um caminho a minha frente. Apenas um. E a lógica diria que isso é ótimo, pois afasta a, as vezes, incômoda sensação de escolha. Mas não. Porque o fato de existir apenas um caminho não restringe minhas opções. Por quê? Porque há sempre a escolha fundamentada na primeira lei de Newton. Permanecer parado. E essa é a escolha mais estúpida. E a mais escolhida por mim.
Ficar parada diante de um caminho é enlouquecedor. Porque a gente fica ali, pensando, imaginando tudo que pode acontecer, bom ou ruim. Imaginando. Pensando. Interpretando. Analisando. Parados. Inertes. Enquanto pensamos, a vida passa. E a caminhada fica ali, esperando ser trilhada.
Será que algum dia eu vou aprender com a minha própria história?

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