Opiniões

A grama do vizinho é sempre mais verdinha. Fato da vida. Não que a grama seja mais verde, mas que ela sempre parece ser mais, sendo a palavra chave "parece".
Em geral, olhamos pra vida alheia e temos duas reações: ou a achamos melhor do que a nossa ou vemos seus problemas e pensamos como é fácil resolve-los (isso porque os problemas dos outros sempre são mais simples, por mais imbecil que pareça essa lógica). Opinar sobre as escolhas dos outros é fácil. Dificil é ter opinião sobre nossas vidas e agir de acordo com elas.
Contudo, não vou criticar essa mania que quase todos possuímos. Até porque seria chover no molhado, fazemos isso e pronto. O que me faz refletir é o seguinte: por essa exata razão, será que não deveríamos escutar mais os outros, aqueles que enxergam nossa vida do lado de fora?
Nossa....pensar nisso é chocante. Eu não faço isso. Quase nunca. Talvez se o fizesse, seria uma pessoa mais saudável, mais feliz, com mais auto-estima. Até menos pessimista, embora eu ache que certas coisas são da essência da pessoa e não mudam (como diria House "people dont change"). Então penso que talvez esteja na hora de ouvir as pessoas que gostam de mim, que sempre me dizem certas coisas que eu escuto mas não ouço.
Taí uma boa resolução para esse início de ano. Vai ser diíicil, mas o fato é que, se em 26 anos eu ouço só a mim e tenho inúmeras reclamações do rumo que minha vida tomou, fico pensando que se tivesse parado e escutado as pessoas ao meu redor, talvez hoje eu estivesse mais satisfeita. O mais curioso é que desde pequena, sempre fui conselheira, a amiga que sempre está lá, pronta com uma opinião. E as pessoas me ouvem! Isso que é incrivel! E a recíproca não é verdadeira! E se, seguindo o raciocínio lógico da coisa, eu ouço a mim mesma e não gosto dos resultados, então é porque estou fazendo algo errado. hum...loucura? Talvez sim, talvez não.
Divagações a parte, o fato é que opinar sobre a vida alheia só deve ser feito quando as pessoas querem e quando não traz incomodação pra ti. Senão, o melhor é ficar quieto, até porque corremos o risco de dizer algo que pode ter consequências bem ruins. Felizmente - ou não - meu lado racional sempre falou mais alto e tem coisas que eu não digo pois seriam fatais, colocariam amizades em risco. Meu medo é que um dia desses, elas saiam sem aviso prévio, num estouro de verdade, que eu ainda não tive.
Então, além de deixar as pessoas (entenda-se pessoas amigas) meterem o pitaco na minha vida, vou ser mais advogada e historiadora do que psicóloga dos outros.

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