Engraçado como são as coisas. Há dois dias estou numa espécie de reencontro comigo mesma. Começa de maneira simples: rever um filme que há muito não via, reler um livro que há anos sequer era tocado, ouvir músicas adoradas mas que não eram ouvidas há tempos.
Um jeito, quem sabe, de lembrar quem eu sou, as coisas que gosto e que ajudaram a me tornar a pessoa que sou. Assim, que sabe, saio da letargia na qual me encontro nos últimos anos.
É fácil se perder. É facil esquecer algumas coisas. Quem somos e quem gostariamos de ser. O que gostaríamos de fazer. Isso é vital, é o que nos leva em frente, que faz o relógio seguir seu curso.
Coisas pequenas, mudandas, diárias, ordinárias. Coisas que me traziam felicidade e que, por razões que só a vida entende, não estavam significando mais nada. Agora tento trazer isso novamente pra minha vida, pra que eu não seja submersa pela realidade adversa.
E a ironia das ironias: certas coisas acontecem de maneira tão surpreendente que só algo muito abstrato e surreal, como o destino, para explicar. Receber um email de alguém em quem eu estava pensando há semanas mas com quem não falava há muito mais tempo que isso. Colocar no canal de música da Net e descobrir que há uma estação que toca somente músicas do U2. Como se não bastasse, estava tocando umas das minhas preferidas (e obscuras), Please, do execrado cd Pop.
Agora ouço. Escuto músicas de uma banda que amo e que me levou a uma cidade pela qual me apaixonei e que me traz ótimas recordações. Ontem, assisti o filme Contato, e me lembrei de quando o vi pela primeira vez, quando achava fascinante a descoberta de tantas coisas...época também que gostava muito de física, e achava, inocentemente, que um dia poderia alcançar meu objetivo de vida aos 10 anos, que era ser astrônoma (da Nasa, diga-se de passagem). Antes, claro, de descobrir que para ser físico, era necessário saber muita matemática.
Eu era assim. Eu gostava de me sentir curiosa. Minha curiosidade sempre me levou em frente, sempre fez com que gostasse de saber, de entender, de analisar, de pensar. Onde foi parar essa pessoa? No mesmo lugar que a pessoa que queria conhecer o mundo? Que acreditava que essa realidade pequena não era pra ela?
Ela está aqui, dormente em algum lugar. E está na hora do retorno. Retorno, espero, com um pouco da sabedoria que as pancadas da vida e as cagadas que fiz (ou que deixei de fazer) trouxeram.
Veremos.
Entre meios: I still haven't found what i'm looking for...definitivamente!