Nesse exato momento me preparo para visitar meu evento favorito: a Feira do Livro de Porto Alegre. Infelizmente não poderei deixar meu lado consumista - altamente destrutivo em ambientes cercados por objetos retangulares de papel contendo histórias e estórias - se libertar, mas mesmo assim não deixa de ser um momento legal. A Feira de POA certamente não é a maior, nem a melhor, e muito menos a mais barata (os descontos são risíveis e quase insultantes) mas sem sobra de dúvida possui um charme único.
Realizada ao ar livre, num dos pontos mais legais da cidade (Praça da Alfândega) tem um ar de .. sei lá, me faltou um adjetivo! Aquele povareu andando pelas ruas tão amadas por Mário Quintana, cercadas por construções como o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), pelo Memorial do RS, pelo Santander, construída sob aquelas calçadas centenárias, tudo contribui para formar uma imagem bela. A Feira se propõe a levar a leitura ao público, às ruas. Claro que esse ideal não passa disso: um ideal! Afinal, num país no qual livros custam, em média, o equivalente a 10% do salário mínimo, o fato de fazer uma feira no centro de uma cidade, sem ingresso ou nada do gênero, acaba sendo infrutifera. Porém, apesar dos pesares, tenho que admitir que adoro!
Claro que tenho minhas razões pessoais, afinal, nasci e morei até os 17 anos a uma quadra da Feira. E posso dizer que a frequentei assiduamente durante todos esses anos, pois minha mãe sempre incentivou a leitura e desde que lembro (a memória é algo complexo, mas me lembro de ganhar livrinhos de colorir lá pelos 4, 5 anos) sempre ganhava um presentinho literário. Nessa horas bate uma nostalgia FDP, pois para voltar do colégio, ir para o inglês, ir ao supermercado, enfim, tudo que eu fazia envolvia passar pela Feira. Era literalmente e romanticamente, a esquina da minha casa.
Os anos passaram, eu já não moro no centro há muito tempo, e há uns dois anos minha verba para os livros diminuiu consideravelmente...Mas não muda meu carinho e apego a esse evento genuinamente porto-alegrense (seja isso bom ou ruim).
Só sei de uma coisa: eu provavelmente não saio de lá sem prejuízo! Nem que seja algo tirado dos balaios de 5 pila!

Um comentário:
Concordo contigo, Paty. Não consigo imaginar não me "bezer" na Feira do Livro. É um compromisso comigo mesmo. Eu adoro aquele clima e acho que a Feira tinha de durar um mês!
Postar um comentário