

Não faz uma hora, o Fluminense passou para as semi-finais da libertadores. Fiquei muito feliz. Não pelo Fluminense, porque eu não sou de torcer por time que não o meu, ainda mais sendo carioca ou paulista. Na realidade, estava torcendo mesmo pelo Renato Gaúcho, técnico do tricolor carioca. Por quê? Ora, porque ele, Renato, é um dos maiores heróis do meu time do coração. Dos pés dele, sairam os dois gols do Mundial em 1983. Sim, eu era nascida, tinha apenas um aninho de idade (aliás, tinha feito um ano dois dias antes, que presentão hein?), não lembro (dãã) mas não importa, foi a maior façanha do Grêmio até hoje.
Enfim, é uma da manhã e me deu uma puta nostalgia. Comecei a lembrar que, no ano passado, quem estava passando por cima do São Paulo era o meu Tricolor. Sentei aqui no computador e comecei a procurar videos no youtube. Coloquei uns quatro no orkut. E estou aqui, pensando como é possível amar algo tão abstrato como um time de futebol.
Irracional? Talvez, mas qual ser humano não é? Já chorei pelo Grêmio, na derrota e na vitória. Só de assistir o trailer da Batalha dos Aflitos choro...Aliás, isso é muito interessante. Estive presente nos seguintes títulos: Libertadores 95, Brasileiro 96, Copa do Brasil 97 e 2001. Vi O Grêmio perder pro Corinthians a Copa do Brasil em 95 e a torcida dando uma demonstração de amor que até hoje me emociona. Quando aquele FDP do Marcelinho Carioca (como eu odeio aquele homem) fez o gol e sepultou nosso sonho, parecia que tinha sido gol nosso: a torcida começou a cantar o hino...Lindo. Até o Felipão chorou! Mas de todos os titulos, de todos os jogos, o que mais me emociona é aquele Grêmio e Náutico de 26.11.2005.
"Ah, que horror! Tava na segundona, contra o Naútico! Era mais do que obrigação ganhar", diriam alguns...Não. O time era muito ruim. O clube tava na merda. Rebaixado pela segunda vez em sua história. E daí? Por isso me emociono. Porque sair do fundo do poço não é pra qualquer um. Tem que ter força. Me identifico muito com isso. Dizem que é errando que se aprende. Verdade, mas também é verdade que nós, humanos, não seguimos isso a risca. Sempre cometemos erros, e repetimos, e de novo, e de novo ... Alguns sortudos um dia aprendem. Mas faz parte da natureza humana. Por isso, apesar de o Tricolor não ter aprendido em 93 e ter caído de novo em 2004, se tira muito disso. O Grêmio saiu da merda, de um jogo totalmente adverso, reverteu o quadro, subiu pra primeira, foi 3º colocado do Brasileirão em 2006 e chegou às finais da Libertadores de 2007. Caiu frente ao Boca. Foi feio? Foi. Eu estava lá, depois de ter ficado sozinha sete horas na fila pra conseguir ingresso. Mas não me arrependo.
Quando estamos "a baixo do cú do cachorro", como dizemos por aqui, e conseguimos sair, é, por mais redundante que pareça, uma vitória. Não é fácil. Nem na vida, nem no futebol. Por isso não tenho vergonha de dizer que meu time foi rebaixado, que teve que fazer das tripas coração pra ganhar de um time pequeno como o Náutico. Tenho orgulho, porque me enxergo nesse tipo de conquista.
Desculpem aqueles que aguentaram e ainda estão lendo este texto. Mas estou nostálgica. E a semana não foi nada boa, estou dormindo mal, muita coisa na cabeça, tristezas, reflexões, raiva...E ao lembrar de bons momentos, fico feliz. E o meu Imortal (será sempre pra mim, Imortal) já me deixou feliz várias vezes. E espero, sinceramente, que o Renato volte pra essas bandas um dia desses e seja campeão da américa e do mundo novamente, mas dessa vez como técnico.
OBS: Só para constar, o fato de outros times grandes terem passado por situação similar (reabaixamento) não diminui a validade do que fez o Grêmio. Assim como conhecer pessoas que já encararam barras na vida, não diminui a conquista de alguém que passa por isso também. Ah, e esse texto não é dirigido a ninguém específico, são apenas desvaneios de alguém acordado até essas horas.

Um comentário:
Meu bem, quantas vezes terei de repetir que, imortal, só Dercy Gonçalves?
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