Melhores Momentos

Essa semana está no fim. Graças a Deus! Poucas coisas legais aconteceram, e o que não faltou foram fatos bizarros. Os melhores momentos foram:
1- Prender o dedo na janela pré-histórica da sala da minha casa;
2- Gritar tanto com a dor (ajudada pelo frio e pelo fato de recém ter acordado) que as vizinhas vieram correndo pra saber se tinha acontecido alguma tragédia. Enquanto isso, eu chorava, sentada na patente com o dedo embaixo da água fria (que cena lamentável não?);
3- Passar o domingo com gelo, sabendo que no outro dia tinha uma entrevista em um escritório chiquetérrimo;
4- Ficar quatro horas na fila do sus pra ser atendida;
5- Estar bem bela, fazendo pesquisa no computador do escritório na quarta-feira, quando vejo dois "fiozinhos" pretos saindo de baixo do teclado...achei que pudessem ser fios de cabelo, até que vi que eles se mexiam...isso mesmo, tinha um baratão embaixo do meu teclado! Tive que me segurar pra não gritar pq tinha um cliente do lado. Que nojo!
6- Chegar em casa e ver que pela 3ª vez no ano furtaram as lâmpadas do meu prédio (detalhe que eu sou síndica, então tenho que resolver os pepinos);
7- Descobrir em plena na sexta que não vou receber semana que vem (não existem palavras pra descrever o quão satisfeita estou com isso);
Mas, pra não dizerem que sou uma pessoa muito pra baixo, gostaria de dizer que daqui a pouco tenho que ir pra casa, que já consigo escrever no computador sem dor, que tenho um José me esperando e ele, junto com um salzinho e um limão, vão não só me esquentar mas me animar e, se tudo der certo, terei um fim de semana agradável pela frente. Assim, posso dizer que estou em um momento levemente otimista! E que este otimismo seja concretizado!
Por motivo de força maior, privarei meu amplo e apaixonado público leitor de minhas maravilhosas criações literárias (estou rindo sozinha nesse momento) até semana que vem. Só gostaria de deixar registrado meu profundo agradecimento ao nosso Sistema Único de Saúde, que me ajudou a exercer paciência em nivel budista ontem, ao esperar quase 4 horas para fazer um raio-x e colocar uma tala.

Bobagens em um sábado a noite

Sem nada para fazer nesse sábado...Sem net, poucas pessoas online no msn (até porque sábado de noite não é momento para se estar em casa), fiquei fuçando a internet. Fui pro google e comecei a ler alguns blogs, pra ver se tem mais gente que nem eu, que fica escrevendo merda na internet. E tem. Tem uma coisa pior que a outra. Mas tem coisas legais. Exemplos:


1- Muito bom!! Como irritar os signos

ARIES: Fale com eles dando uma enorme pausa entre as palavras. Não deixe que eles falem, ou, se falarem, corte pelo meio (muito Vanessa...e Lucas tb)

TOURO: Gaste o dinheiro deles, peça para dar uma dentada no seu sanduíche ou na sua maçã, desperdice seu material, não devolva suas coisas.

GÊMEOS: Aborreça-os com lágrimas e longos monólogos sobre sua vida emocional. Não converse com eles, em absoluto (muito Clarissa)

CÂNCER: Insulte suas mães (com classe, é claro). Critique suas casas. Advirta-os de que eles podem perder o emprego. Diga que aquela foto de família pendurada na sala é brega e confunda o retrato da "vovozinha querida" com o Mike Tyson.

LEÃO: Ignore-os. Esqueça o nome deles e pergunte: "Qual é mesmo o seu nome?". Em público, não os apresente às pessoas importantes.

VIRGEM: Choramingue bastante. Desarrume sua casa, atrapalhe sua programação, esqueça de atarraxar a pasta de dente. Diante do armário do banheiro,indague: "para que tanto remédio?". (total Antonio)

LIBRA: Diga bastante - "Isso é com você, decida logo!". Leve-os a locais feios. Aja de forma grosseira em público, tire melecas, arrote, fale palavrões, vire cerveja na mesa, chame o garçom pelo nome (bah, Laura escrita)

ESCORPIÃO: Faça perguntas pessoais. Saiba muito sobre eles e dê a entender. Obtenha mais sucesso do que eles e se vanglorie. Repita sempre: -"Isso não é da sua conta!"

SAGITÁRIO: Dê a eles bastantes responsabilidades. Coloque realismo na sua filosofia. Nunca ria das piadas deles. Não tope nenhuma aventura ou quebra de rotina e esteja sempre de mau-humor (rsrsrs, muito eu)

CAPRICÓRNIO: Organize tudo para que se sintam inúteis. Lembre-os de sua baixa posição social. Embarace-os em público: faça escândalos, berre com eles. Deixe-os esperando, nunca chegue na hora marcada (Amo a Raffa, mas me lembra dela sim...as vezes)

AQUÁRIO: Torne-se pessoal e íntimo. Ao encontrá-los, dê um longo abraço e fique apertando-o contra o peito, emocionado, lacrimejante. Insista para que eles liguem várias vezes por dia para posicioná-los de seus movimentos.

PEIXES: Diga para agarrarem-se a si mesmo.Muito bom!! Hahaha (total Manuzinha)



Texto 2 - Onde as pessoas acham esse tipo de coisa:




















Imagem de uma cratera em marte...supostamente, sei lá!


Texto 3 - Texto Sério

"Sentir-se rejeitado é sentir que é pouco, é sentir-se nada. É precisar de si mesmo e não ouvir resposta. É procurar acalento e não receber um afago. É abandonar o ego, é perder o senso, é esgotar a força. É, enfim, sentir-se só. Profundamente só.Ser rejeitado é não ser ouvido, é não ser falado, é ser a indiferença e o tanto faz. Ser rejeitado é permanecer mudo, quando nunca esteve calado. É não olhar para si, é não olhar para o lado, é viver sem música, é viver sem arte, é viver sem gosto, é viver sem sexo, é viver sem nexo.
O ser rejeitado quer uma ponta de esperança, um pouquinho de carinho, um sorriso sincero, um momento de exclusividade. E quer aplausos, assovios, um minuto de atenção. Porque o ser rejeitado também quer ser estrela, mesmo que em seu palco ele não aviste a platéia. E mesmo que o único espectador seja o reflexo de si mesmo.
Geralmente as pessoas que rejeitam, tendem a ser egoístas em alguns aspectos. O egoísmo dessas pessoas chega a níveis absurdos, aponto deles deixarem de ser seres humanos e se sentirem "deuses". Uma pessoa egoísta é fria como a noite, insípida e serena, venenosa como uma serpente, vil criatura que fere o coração da gente, parece que não sente nada, nesse seu coração amargurado, não ha lugar para um único homem, de nada veio, ao nada retornarás, se o que vale são as boas obras, de que adianta agora, o seu coração de gelo. Bom, eu já falei sobre o medo que tenho de ficar sozinho, não me dou bem com as pessoas, até me dou bem, mas sempre fico de sobreaviso com qualquer um, é difícil, conviver em sociedade em certos momentos ainda mais quando já sabemos o que cada ser humano é capaz, ficamos completamente treinados em saber o que esperar de qualquer um para não ter uma surpresa desagradável no final."
Obs: Coitadas dessas pessoas...né?
Tem muita coisa nesse mundo da internet...E considerando que não são nem oito horas e não tenho nada planejado, vou ficar catando mais coisa. Ainda mais porque dormi a tarde inteira...

Amor irracional (será?)



Não faz uma hora, o Fluminense passou para as semi-finais da libertadores. Fiquei muito feliz. Não pelo Fluminense, porque eu não sou de torcer por time que não o meu, ainda mais sendo carioca ou paulista. Na realidade, estava torcendo mesmo pelo Renato Gaúcho, técnico do tricolor carioca. Por quê? Ora, porque ele, Renato, é um dos maiores heróis do meu time do coração. Dos pés dele, sairam os dois gols do Mundial em 1983. Sim, eu era nascida, tinha apenas um aninho de idade (aliás, tinha feito um ano dois dias antes, que presentão hein?), não lembro (dãã) mas não importa, foi a maior façanha do Grêmio até hoje.

Enfim, é uma da manhã e me deu uma puta nostalgia. Comecei a lembrar que, no ano passado, quem estava passando por cima do São Paulo era o meu Tricolor. Sentei aqui no computador e comecei a procurar videos no youtube. Coloquei uns quatro no orkut. E estou aqui, pensando como é possível amar algo tão abstrato como um time de futebol.

Irracional? Talvez, mas qual ser humano não é? Já chorei pelo Grêmio, na derrota e na vitória. Só de assistir o trailer da Batalha dos Aflitos choro...Aliás, isso é muito interessante. Estive presente nos seguintes títulos: Libertadores 95, Brasileiro 96, Copa do Brasil 97 e 2001. Vi O Grêmio perder pro Corinthians a Copa do Brasil em 95 e a torcida dando uma demonstração de amor que até hoje me emociona. Quando aquele FDP do Marcelinho Carioca (como eu odeio aquele homem) fez o gol e sepultou nosso sonho, parecia que tinha sido gol nosso: a torcida começou a cantar o hino...Lindo. Até o Felipão chorou! Mas de todos os titulos, de todos os jogos, o que mais me emociona é aquele Grêmio e Náutico de 26.11.2005.

"Ah, que horror! Tava na segundona, contra o Naútico! Era mais do que obrigação ganhar", diriam alguns...Não. O time era muito ruim. O clube tava na merda. Rebaixado pela segunda vez em sua história. E daí? Por isso me emociono. Porque sair do fundo do poço não é pra qualquer um. Tem que ter força. Me identifico muito com isso. Dizem que é errando que se aprende. Verdade, mas também é verdade que nós, humanos, não seguimos isso a risca. Sempre cometemos erros, e repetimos, e de novo, e de novo ... Alguns sortudos um dia aprendem. Mas faz parte da natureza humana. Por isso, apesar de o Tricolor não ter aprendido em 93 e ter caído de novo em 2004, se tira muito disso. O Grêmio saiu da merda, de um jogo totalmente adverso, reverteu o quadro, subiu pra primeira, foi 3º colocado do Brasileirão em 2006 e chegou às finais da Libertadores de 2007. Caiu frente ao Boca. Foi feio? Foi. Eu estava lá, depois de ter ficado sozinha sete horas na fila pra conseguir ingresso. Mas não me arrependo.

Quando estamos "a baixo do cú do cachorro", como dizemos por aqui, e conseguimos sair, é, por mais redundante que pareça, uma vitória. Não é fácil. Nem na vida, nem no futebol. Por isso não tenho vergonha de dizer que meu time foi rebaixado, que teve que fazer das tripas coração pra ganhar de um time pequeno como o Náutico. Tenho orgulho, porque me enxergo nesse tipo de conquista.

Desculpem aqueles que aguentaram e ainda estão lendo este texto. Mas estou nostálgica. E a semana não foi nada boa, estou dormindo mal, muita coisa na cabeça, tristezas, reflexões, raiva...E ao lembrar de bons momentos, fico feliz. E o meu Imortal (será sempre pra mim, Imortal) já me deixou feliz várias vezes. E espero, sinceramente, que o Renato volte pra essas bandas um dia desses e seja campeão da américa e do mundo novamente, mas dessa vez como técnico.
OBS: Só para constar, o fato de outros times grandes terem passado por situação similar (reabaixamento) não diminui a validade do que fez o Grêmio. Assim como conhecer pessoas que já encararam barras na vida, não diminui a conquista de alguém que passa por isso também. Ah, e esse texto não é dirigido a ninguém específico, são apenas desvaneios de alguém acordado até essas horas.


"Foi o que fiz", diz minha memória. "Eu não posso ter feito isto", diz meu amor-próprio, e ele não desiste. No fim das contas, é a memória que cede.
Nietzsche em Além do Bem e do Mal...de novo
Felizes aqueles que possuem um amor-próprio fortalecido. Assim, apesar de viverem na ilusão, conseguem transpor as merdas feitas e, consequentemente, soterrar a memória. O meu amor-próprio, coitado, nem isso consegue...então vivo sempre com a memória, racional e muitas vezes cruel. Dá para ser otimista assim? Não, não dá...
O meu diálogo seria assim: "Foi o que fiz", diz minha memória. "Eu não posso ter feito isto", diz meu amor próprio. A memória diz novamente "Sim seu imbecil foi tu que fez aquela merda". Ao que o amor-próprio responde "Puta merda, pior que fiz mesmo...". No fim das contas, a minha memória nunca cede.
Bom feriado a todos.

E a idade chega...

Depois desse fim de semana, que eu consegui esquecer que tinha um concurso (não uma prova qualquer) e esqueci de muitas coisas importantes, acho que vou ter que começar a tomar isso:


Foda: a idade vem chegando, fazer dieta já não funciona tão rápido (a minha foi pro espaço nesse fim de semana, por conta das minhas duas companheiras: dona ansiedade e nóia girl) e a gente começa a esquecer as coisas, não anotar números importantes, mandar artigos no dia.. um horror.
Agora, achei engraçado o texto da propaganda do tal ginkgo aí de cima:

"O extrato de Ginkgo Biloba é receitado intensivamente por milhares de médicos na Europa para problemas circulatórios e declínios das funções mentais. Sua utilização facilita o fluxo sanguíneo em todo o corpo, especialmente no cérebro, recupera a memória rapidamente e a função mental. Regula batimentos cardíacos, melhora a ereção em homens e dores nas pernas. O extrato é útil também para tonturas, tinidos e zumbidos."
Vamos ver...
"O samba, a viola, a roseira
Um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a saudade pra lá"


Saudade é uma palavra linda, que sabemos, só existe em português. Palavra bonita, fonte de muita poesia e música, mas sentimento dificil de se sentir.

A citação é da música Roda Viva, do Chico Buarque. Não é sobre saudade, mas essa parte, de que no peito a saudade cativa, faz força pro tempo parar, diz tudo.

Eternal Sunshine of a Spotless Mind

Esses dias eu estava caminhando pela rua e de repente percebi que estava sorrindo. Assim, sozinha, na rua, rindo...Só eu sabia porquê. E isso que era uma coisa boba, mas boa. Aí tu te da conta que ta rindo sozinho e tenta se controlar pra não passar por louco. As vezes fica dificil, é mais forte do que nós.
O engraçado é que pensei isso num dia e no outro estava subindo a rua onde fica meu trabalho, indo pegar o ônibus pra ir à faculdade e passou por mim uma guria. Eu estava olhando pra baixo, mas não sei porque levantei a cabeça e dei de cara com ela sorrindo. Dava para ver que ela estava pensando em algo bom, um momento, um alguém especial, vai saber! Aí eu quem estava rind era eu, da situação, por ter percebido que no dia anterior, ela era eu! Hahaha, baita viagem minha.
Mais engraçado ainda é que parece que a felicidade (ou momentos felizes) tem uma intensidade tão forte que se te perguntam "tudo bem" num dia feliz, tu responde "tudo bem (as vezes rola até um tudo ótimo)". Por que? Porque felicidade não se esconde. O contrário, porém, não é verdadeiro. Se estamos tristes, deprimidos, preocupados, conseguimos muitas vezes esconder. Eu pelo menos consigo, porque penso que dependendo da situação, é mais fácil dizer "tudo indo" do que falar que não está tudo bem e alugar a pessoa (deixo bem claro que estou me referindo à pessoas próximas que te perguntam "tudo bem" não como uma espécie de cumprimento, porque sempre tem os sem noção que saem chorando as pitangas pra qualquer conhecido que encontram na rua).
Que coisa isso não? E que interessante como funciona a mente humana. Eu, que me contento com poucas coisas para ficar feliz, não me contenho e fico retardada. Coisas pequenas, que seriam insignificantes para outros, fazem meu dia valer a pena. A merda é ter a consciência (pessimista, diriam alguns) de que esses momentos inevitavelmente irão embora. Isso me faz lembrar de uma entrevista que li, há muitos anos, do neurologista Antonio Damasio, que disse, mais ou menos isso: que as pessoas almejam a felicidade como algo constante, mas que esquecem que a linha reta em um eletrocardiograma siginifica morte. Assim, a vida é uma sucessão de altos e baixos e aí reside sua beleza. Simples e complexo ao mesmo tempo. Sabemos que é apanhando da vida que a gente cresce e aprende, mas na mesma medida, é sendo feliz que vamos adiante, na esperança de que aproveitaremos mais os momentos alegres que virão depois das merdas.
A dualidade é inevitavel mesmo. Ontem estava assistindo de novo um dos meus filmes favoritos, Brilho Eterno de uma mente sem lembranças. Filme lindo, complexo, uma espécie de realismo fantástico à moda Gabriel Garcia Marquez. Em resumo, conta a história de um casal, protagonizados por Jim Carrey e Kate Winslet, que depois de terminarem o relacionamento, resolvem apagar as lembranças que tinham um do outro. Quem já não teve vontade de fazer isso? Apagar da memória todos os momentos tristes, humilhantes, dolorosos da vida? Imagine se desse pra fazer isso? Pois no filme, uma clínica fazia esse procedimento. E na hora parece a solução de tudo, começar do zero. Como se fosse possível...no caso do personagem Joel, no início estava ótimo, as últimas lembranças do fim do namoro, das brigas foram sendo apagadas.
O brabo foi quando começaram a sumir as lembranças boas, os momentos de felicidade, de intimidade, cumplicidade. Aí ele se desespera e tenta guardar a memória da Clementine em um outro lugar, em algum momento no qual ela não existia na sua vida. Lembro nitidamente da primeira lembrança que faz ele se arrepender do que estava fazendo: estavam os dois na cama, embaixo de um lençol, e ela conta como quando era criança se achava feia e que tinha uma boneca feia, para qual dizia "tu tem que ser bonita" como se ao dizer isso, a boneca e ela pudessem mudar. Era um momento lindo, de amor genuíno, e ele não queria perder aquilo. Mas perdeu. E na hora, quando estava no cinema, me emocionei mas não chorei (até porque odeio chorar em público). Só que na hora em que saí do cinema, lembrei da cena e comecei a chorar compulsivamente...Foi ridículo! Impossivel não se identificar com algo assim.
Enfim, o fato é que a gente querendo ou não, as coisas são assim. E por mais que doa, as merdas da vida tem que estar guardadas, nem que no fundo da nossa cabeça. Porque elas fazem parte de quem somos. Ter uma vida apenas com bons momentos, boas experiências, parece legal mas deve ser um saco. Só gostaria que o ruim e o bom fossem mais ou menos equivalentes, porque sofrer e ter pouca felicidade faz com que a vida pareça um poço sem fundo.
O bom é que agora, nesse momento, apesar do sono, eu estou bem. Mesmo que seja em razão de ilusões, conjecturas, pequenas coisas. Agora, pelo menos nesse instante, estou feliz.

Ressaquinha boa

Hoje o dia está lindo, apesar da leve ressaca em que me encontro. Ontem reencontrei duas amigas da Justiça, sendo que uma delas eu não via há uns 8,9 meses. Então tava muiiiito bom. Claro que somando-se a isso, meu querido Sandro deu uma ajudada para melhorar minha noite e consequentemente, a ganhar uma aposta feita no dia anterior.

Enfim, o fato é que levantar hoje não foi nada divertido. Sabem quando tu tem a sensação de que simplesmente não vai conseguir acordar e levantar? Parecia que eu tinha levado um surra, não porque tenha bebido horrores, mas porque dormi muito pouco. Mas valeu a pena. Porque amizades que continuam sólidas apesar da distância e do afastamento normal da vida corrida que levamos, dão ânimo para seguir em frente.

Passei aqui, querendo dar uma atualizada no blog, mas percebo que a inspiração não tá muito em alta. Então, só para dar uma animada, posto esse bilhete de suícidio hilário que encontrei em outro blog (pudim de beterraba, já citado na postagem sobre cervejas). Não que suicidio seja motivo de risada. porque não é, eu sei bem disso, mas esse bilhete é tão engraçado que não deve ser verdadeiro. Anyway... hoje é quinta, amanhã é o melhor dia da semana e é isso que importa!

Who wants to come together?

Antes de escrever sobre o assunto que me traz aqui hoje, tenho que fazer uma breve explicação, ou introdução, como queiram. Eu admito que assisto muita tv. Não tenho vergonha de admitir, sempre fui assim, o que nunca me impediu de apreciar igualmente, ou até mais, atividades mais convencionais como a leitura (que eu adoro, e se tivesse que escolher, optava pela última). Mas estou dizendo isso pela seguinte razão: eu assisto, entre outras coisas, American Idol. E gosto. E passo a gostar dos caras que cantam lá. Fazer o quê?



Enfim, o fato é que há umas semanas atrás, os competidores tinham que cantar músicas dos Beatles. Uma das participantes, uma irlandesa simpática chamada Carly Smithson, que tem uma puta voz, cantou "Come Together". E eu achei bem legal, resolvi baixar no meu mp3 e desde então sempre ouço.



Um belo dia, estou lendo a Gloss (pois é, revista feminina cheia de inutilidades e futilidades, mas é bom de vez em quando espairecer) e óbvio que tinha uma reportagem sobre orgasmo. Toda revista feminina tem esse tipo de artigo (nem vou falar da Nova, que é ALGO...a desse mês, que vi na banca, tem escrito em letras garrafais SEXO ORAL, mil maneiras de satisfazer seu homem (ou algo assim)), e essa Gloss não é diferente. Mas o fato é que tinha um quadrinho do lado da reportagem em si que falava que muitos afirmam que a música Come together fala sobre isso, pois a palavra "come" em inglês significa vir, vamos (e variantes) mas também significa gozar. Então Come together seria, em tradução literal, ou "vamos juntos" ou "gozar juntos". E não é que faz sentido essa última opção? O refrão (que não é bem um refrão) é assim:
One thing I can tell you is
You got to be free
Come together, right now
Over me


No fim da música eles ainda ficam cantando "Come together... Yeah". Sinceramente, dei um procurada (onde? no google claro) e tem várias interpretações sobre essa música, que tem uma letra muito sem sentido. Li que tem partes que seriam sobre drogas, outra que seria sobre a Yoko, e muita gente dizendo que come together realmente é uma referência à orgasmo. Deve ser...E se for, tiro meu chapéu pros caras de terem sacado esse jogo de palavras, ainda mais em uma época em que o assunto não era cotidiano (não tinha revista com palavras como sexo, orgasmo, ereção e etc nas bancas da década de 60,70, imagino eu). Faz mais sentido se a gente pensar que os caras deviam dar muita risada compondo essas músicas e também porque é notório que eles faziam esses jogos de palavras como em "Lucy in the Sky with Diamonds", óbvia referência ao LSD.

Nunca fui muito fã dos Beatles. Gosto, mas talvez por entender muito pouco de música, não compreendo toda essa divinização deles. Com certeza devem ter revolucionado a música, quem sou eu pra dizer que sim ou que não. Mas depois dessa, passei a gostar mais daqueles quatro ingleses. Ou será que o fato de gostar dessa música tem um "quê "inconsciente? rsrsrsrs...

MSN e afins

Há uns dois dias, conversava eu com uma amiga e caímos, nem me lembro porque, no assunto msn e orkut. Falei pra ela que um dia pensei sobre esses novos meios de comunicação e como é engraçado o fato de que eles acabam criando novas maneiras de socialização e relacionamento. Alguns dos temas que me chamam a atenção são os seguintes:
1- Bloquear contatos - Essa opção é, na minha opinião, a pior das punições. Em regra, significa basicamente que tu não quer falar com a pessoa bloqueada. As razões podem ser diversas, inocentes até. Mas conversando com outras pessoas, vejo que é algo que ninguém quer que seja feito consigo. Eu particularmente quando começo a "falar" com alguém e quero manter o papo, bloqueio os outros contatos pois sou incapaz de manter várias conversas ao mesmo tempo. Mas já bloquei gente pra não falar mesmo. Penso, além disso, que dependendo do caso, reflete uma regra básica da vida real: quer fazer algo, faz bem. Se tu bloqueia alguém e não bloqueia algum conhecido em comum, tu vai descobrir pois esse alguem comum vai dizer "ah, to falando com ciclano, ele ta online" e o ciclano ta offline pra ti. Já passei por isso. Dá uma raiva desgraçada. Vontade de mandar a pessoa tomar no cú e todo tipo de xingamento similar. Penso que é como mentir: quer mentir, então faça bem, pq pior do descobrir que mentiram pra ti, é ver que a pessoa foi incapaz de tentar esconder direito, e tu fica com a sensação de, não só ter sido passada pra trás, mas que ainda por cima, foi tirada pra burra. Pensem nisso antes de bloquear alguém, queridos leitores.
2- Início de conversas. - Sempre motivo de conflito, pelo menos pra mim. Não suporto o fato de sempre puxar papo com alguém. Chega uma hora que o orgulho fala mais alto do que a vontade de manter contato. Tive experiências péssimas nesse assunto e hoje me recuso a ficar catando a pessoa. As vezes levo tempo, mas eventualmente largo de mão e passo a nutrir uma pequena raiva da pessoa. Percebi em conversas que muita gente partilha desse sentimento (o de não querer passar por chato e ficar sempre puxando papo, não o da raiva, que é coisa bem minha, que posso ser bastante rancorosa, infelizmente).
3- Demora na resposta - Como já disse, sou incapaz de manter mais de uma janela aberta. A minha incapacidade de fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo vai além disso, mas no msn fica bem claro. Por isso, quando falo com alguém, falo só com aquela pessoa. Mas tem gente que mantém mais de uma conversa na boa, que não tem o mesmo problema que eu. Mas inevitavelmente as respostas vão demorar, tu manda a mensagem e fica esperando aparecer aquela coisinha dizendo "fulano está escrevendo uma resposta" e nada. As vezes tu sai, faz outra coisa, volta e nada. Fico agoniada com isso, mas é normal.
4-Tamanho dos diálogos - Eu não trocaria nunca uma boa conversa telefônica por msn, skype, qualquer dessas coisas. Mas como é muito mais em conta utilizar de meios de comunicação virtuais, acaba sendo bem mais utilizado do que a tecnologia inventada por Alexander Bell. Talvez por isso, tenho a tendência de escrever frases enormes, ao invés de mandar as coisas pingadas, tipo "ontem fui pra aula" manda msg - "encotrei a beltrana" manda msg, "ela me contou que ", manda msg...assim vai. Não consigo, tenho que fechar o raciocínio. Não sei se isso incomoda alguem, mas fazer o quê, sou assim.
O msn gera um novo tipo de relação, com suas próprias regras. Mas no fim, acaba sendo como no cotidiano mesmo. Relacionamento humano é sempre igual, independente da forma que é exercido.
Quando pensei no assunto, imaginando escrever algo no blog, pensei muito mais coisa. Mas talvez pelo fato de ter tomado um pack de cerveja e mais umas taças de vinho, estou mais lerda do que o normal.

Música e Memória

São onze horas da noite. Sexta feira. Estou em casa, de pijama, ouvindo música, falando no msn com os poucos que não tem força (ou sorte) de estar fazendo coisas mais divertidas. E nesse divagar, fico pensando em como a música marca nossas vidas.
Esses dias eu estava no ônibus com meu mp3. E começou a tocar "City of bliding lights" do U2, minha banda favorita. E começou a viagem no túnel do tempo: foi a primeira música do show da turnê Vertigo, que eu fui assistir em Buenos Aires no dia 01 de março de 2006. Bah, fica aquela sensação de flash back, porque vem à cabeça não só o show em si, mas a viagem, os lugares e pessoas que conheci. Pra mim, é impossivel ouvir essa música e não lembrar imediatamente daqueles dias.
E nesse pensar, fiquei lembrando de músicas que marcaram algo: um evento, uma pessoa, uma viagem, uma época. Algumas das que me vem à cabeça são as seguintes:
* Spending my time (Roxete) - essa é das antigas, somente compreensivel para quem viveu infância e/ou início de adolescência no início dos anos 90. Essa banda sueca era o hit do momento. E todas as reuniões dançantes, que começavam a acontecer (e bombar) tinham como ápice essa música. Um bando de criança da 4º série "dançando junto" ao som de "spending my time, watching the days go by, feeling so slow, a stare at the wall, what can i do, thinking of me too. im spending my time". Ninguém sabia o que significavam aquelas palavras, mas todo mundo adorava. Marcou especialmente a viagem feita pelo meu colégio às Missões, que foi muiiito legal, porque com 9, 10 anos, é um momento único viajar sem os pais, só com os colegas, pra longe (São Miguel era longe pacas pra minha cabeça) ficando em hotel sozinho. Tudo de bom!
*My heart will go on (Celine Dion) - tá, admitir isso é queimação de filme, mas essa música é bem especial pra mim, pelas seguintes razões: o filme Titanic (que todo mundo viu) estreou no Brasil em janeiro de 1998, apenas alguns dias antes de eu partir para minha viagem de 15 anos pela Europa (desculpa, mas é pra quem pode (ou podia, no meu caso)!. Assisti o filme um dia antes de ir. E lá, as viagens entre os países era feita de microonibus. Então, como tinha um rádio no micro, alguém da excursão comprou uma fita cassete (lembram?) do filme, e a tal música ficava tocando. Ficou marcada, foi inevitável. Quando o ônibus nos levou para o aeroporto de Viena (as vezes nem eu acredito na pomposidade que fica a frase quando posta assim "ah, quando estava em Viena") para nos trazer de volta, tava aquele clima melancólico de fim de viagem (que é uma merda) e a porra da música, que já é melancólica, começou a tocar...Ridículo, mas todo mundo meio que lacrimejou naquele momento.
* Umbrella (versão do Vanila Sky) - falando em viagens, eu baixei essa versão da música da Rihana no mp3 e ouvi muito em Buenos Aires esse ano. Até porque meu quarto ficava ao lado do "furdunço" todo do albergue, e quando eu queria dormir, colocava os fones de ouvido. Não sei porque, mas agora sempre que ouço essa música lembro daqueles 7 dias maravilhosos. Aliás, outra que lembra essa viagem é
* Kharma Police (Radiohead) - porque um belo dia, um alemão, cujo nome não lembro, pegou um violão que rodava pelo albergue e tocou essa música, que eu sequer conhecia. Achei linda, até porque o cara tocava muiiiito bem. Encontrei a música, baixei, e ouço sempre. Mas essa, ao contrário da supracitada, me dá uma sensação melancólica. Acho que talvez por ser mais lenta, me faz pensar no lado ruim do "voltar para casa" que, conforme postagens anteriores escritas logo após o retorno, não foi muito agradável pra minha pessoa. Mas é uma ótima música e acabei descobrindo que Radiohead é uma boa banda.
*Gone (Madonna) - não é famosa, é uma música do cd "Music" que eu ouvia sem parar lá pelos idos do ano 2000. Não traz boas lembranças, ouvia quando tava deprimida por, digamos, um coração partido (que triste!). Mas é bonita, uma pena que não é conhecida.
*Long Night (The Coors) - Tem coisas que não dá pra explicar muito. Eu comprei o cd que tem essa música no dia que fui ao cinema assistir "O dia depois de amanhã", aquele filme-catástrofe sobre o aquecimento global e tal. Agora toda vez que eu ouço essa música, que eu acho muito linda, me vem à mente cenas do filme!!!!! Como se fosse a trilha sonora. Vai entender...
*YMCA, Sandra Rosa Madalena, Macarena, Como uma deusa, e todas músicas trash imagináveis - lembram as festas memoráveis dadas na antiga "JJ&L House", apartamento do Joce, Lucas e João que foi palco de vários momentos memoráveis. Striptease, pseudo-beijos entre amigas, pegação de todo tipo...a galera se soltava naquelas festas, tudo na brincadeira (quando a gente fala assim e mostra as fotos, faz parecer que era um putaria, mas não era isso não!). Até hoje não sei quem eram os vizinhos dos guris, que nunca reclamavam do barulho que ficava até as 7 da matina. Bons tempos, quando todo mundo era feliz, todos se falavam, não havia briga, e éramos somente estudantes-estagiários que se divertiam muito.
Tem mais, muito mais. Mas essas são as que me lembro agora. Sei lá, agora já é quase meia noite e o dia hoje foi longo...mais uma sexta de merda no escritório (o dia mais cheio de prazos - terror dos advogados - e pepinos da semana). Se lembrar de mais, escrevo outro dia.

Para divagar

Nada de texto hoje...só alguns dos meus poemas preferidos do Mario Quintana, um dos únicos poetas que gosto de verdade e que prova que simplicidade pode ser uma virtude.

DAS UTOPIAS

Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!"


DA ETERNA PROCURA

Só o desejo inquieto, que não passa,
Faz o encanto da coisa desejada...
E terminamos desdenhando a caça
Pela doida aventura da caçada.


OS INTOCÁVEIS

A ironia atinge apenas a inteligência. Inútil desperdiçá-la com os que estão longe do seu alcance. Contra estes, ainda não se conseguiu inventar nenhuma arma. A burrice é invencível.


BILHETE

Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,enfim,tem de ser bem devagarinho,
Amada,que a vida é breve,
e o amor mais breve ainda...

DA SOLIDÃO

O problema da solidão não consiste em saber como solucioná-la, mas em saber como conservá-la.

A VERDADEIRA ARTE DE VIAJAR

"A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,
Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.
Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali...
Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!"


"Desconfia dos que não fumam: esses não tem vida interior,não tem sentimentos.
O cigarro é uma maneira disfarçada de suspirar."

"A mentira é uma verdade que se esqueceu de acontecer. "

"Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem. "

"Eu agora- que desfecho!
Ja nem penso mais em ti,
mas sera que nunca deixo
de lembrar que te esqueci?"

"Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo!
Eu creio em Deus! Deus é um absurdo!
Eu vou me matar! Eu quero viver!
- Você é louco? - Não, sou poeta. "

Dessa vez, o assunto é sério (leiam até o final)

Depois de ter escrito o post abaixo, falando sobre viagens à Europa, fiquei com a consciência pesada (ouvia, no fundo da minha mente, a Laura dizendo "ah, pena que eu não era amiga da Patrícia quando ela era burguesa" ou "momento me achei") e decidi escrever sobre algo mais sério.
No semestre passado, o professor de História da América III estabeleceu que a segunda avaliação seria um trabalho em grupo, cujos tópicos seriam escolhidos por nós. Eu, a Lurdinha, Tati e Guilherme optamos por trabalhar com os impactos da globalização na América Latina, escolhendo o movimento mexicano do Exército Zapatista de Libertação Nacional. O EZLN não aparece tanto na mídia quanto as Farc, o Sendero Luminoso ou até o MST, mas muitos conhecem o seu famoso porta-voz, sub-comandante Marcos. Ele é a voz do movimento - literalmente -pois sempre aparece com um daqueles gorros que cobre a face, deixando só os olhos de fora. Todos no movimento utilizam isso, pois acima dos indivíduos está a causa, que é melhoria de vida para o povo mexicano.
Durante a elaboração do trabalho, fizemos muita pesquisa. O Guilherme achou muita coisa, e gostou tanto do assunto que vai fazer o TCC dele sobre isso. E o assunto realmente é fascinante. O EZLN é fascinante por várias razões: o sub-comandante Marcos é praticamente um poeta, todas as declarações de Selva Lacandona foram divulgadas com ele como porta-voz. Ao estudar, cada vez mais, vinha aquela vontade de pegar e se juntar ao movimento, lutar contra as injustiças do mundo! Parece ridiculo, mas deu vontade mesmo, porque indigna muito ver o descaso que o México (assim como todos paises latino-americanos) tem com suas minorias, em especial os indígenas. O racismo, o preconceito, o abandono e a marginalização dessa grande camada da população não difere muito do que vemos aqui, por exemplo, com os indígenas, com os afro-descendentes, com os miscigenados, etc. Esquecidos, considerados refugo humano, nas palvras do Baumann, só são lembrados quando invadem uma fazenda, cometem um crime, bloqueiam uma estrada...Aí aparecem no noticiario, como vândalos marginais. E só assim mesmo para aparecer. Nossos Estados nesse continente só lembram dessa galera nesses momentos e, claro, quando fazem política de "segurança pública", porque cadeia é a resposta pra esse refugo que não tem lugar no mundo globalizado e neoliberal.
Tá, to escrevendo demais, assunto sério, não é tão divertido como ler sobre Paris ou coisas amenas. Então, abaixo coloco a Primeira Declaração de Selva Lacandona (que fica em Chiapas, região sul do México), quando surgiu o movimento em 1994:


Primeira Declaração da Selva Lacandona

HOJE DECIDIMOS. BASTA!

Janeiro de 1994

Ao povo do México
IRMÃOS MEXICANOS

Somos produto de 5000 anos de lutas: primeiro contra a escravidão, na guerra de Independência contra a Espanha encabeçada pelos insurgentes; depois para evitar sermos absorvidos pelo expansionismo norte-americano; em seguida, para promulgar nossa Constituição e expulsar o Império Francês de nosso solo; depois, a ditadura porfirista nos negou a aplicação justa das leis de Reforma e o povo se rebelou criando seus próprios líderes, assim surgiram Villa e Zapata, homens pobres como nós, e quem se negou a preparação mais elementar, para assim utilizar-nos como bucha de canhão e saquear as riquezas de nossa pátria, sem importar que não tenhamos nada, absolutamente nada, nem um teto digno, nem terra, nem trabalho, nem saúde, nem alimentação, nem educação, ser ter direito de eleger livre e democraticamente nossas autoridades, sem independência dos estrangeiros, sem paz nem justiça para nós e nossos filhos.

Porém, nós hoje dizemos BASTA!, somos os herdeiros dos verdadeiros forjadores de nossa nacionalidade, os despossuídos, somos milhões e chamamos a todos nossos irmãos para que se jsomem a este chamado como o único caminho para não morrer de fome ante a ambição insaciável de uma ditadura de mais de 70 anos, encabeçada por uma camarilha de traidores que representam os grupos mais conservadores e vende-pátrias. São os mesmos que se opuseram a Hidalgo e Morelos, os que trairam Vicente Guerrero, são os mesmos que venderam mais de da metade do nosso solo ao invasor estrangeiro, são os mesmos que trouxeram um príncipe europeu para nos governar, são os mesmos que formaram a ditadura dos científicos porfiristas, saõ os mesmos que se opuseram à expropriação petroleira, são os mesmos que massacraram os trabalhadores ferroviários em 1958 e aos estudantes em 1968, são os mesmos que hoje nos tiram tudo, absolutamente tudo.

Para evitá-los, e como nossa última esperança, depois de ter tentado tudo para pôr em prática a legalidade baseada em nossa Carta Magna, recorremos a ela, nossa Constituição, para aplicar o Artigo 39 que diz: "A soberania nacional reside essencial e originalmente no povo. Todo poder público emana do povo e se institui em benefício dele. O povo tem, todo o tempo, o inalienável direito de alterar ou modificar a forma de seu governo."

Portanto, de acordo com nossa Constituição, emitimos a presente declaração de guerra ao exército federal mexicano, pilar básico da ditadura que padecemos, monopolizada pelo partido no poder e encabeçada pelo executivo federal que hoje tem Carlos Salinas de Gortari como seuchefe máximo e ilegítimo.

Em conformidade com esta declaração de guerra, pedimos aos outros poderes da nação que restaurem a legalidade e a estabilidade da Nação, depondo o ditador.

Também pedimos aos organismos internacionais e a Cruz Vermelha Internacional que vigiem e regulem os combates que nossas forças travam, protegendo a população civil, pois nós declaramos, agora e sempre, que estamos sujeitos ao estipulado pelas Leis sobre a Guerra da Convenção de Genebra, constituindo o EZLN como força beligerante de nossa luta de libertação. Temos o povo mexicano do nosso lado, temos Pátria e a bandeira tricolor é amada e respeitada pelos combatentes insurgentes; utilizamos as cores vermelho e negro em nosso uniforme, símbolos do povo trabalhador em suas lutas de greve; nossa bandeira leva as letras EZLN, de Exército Zapatista de Libertação Nacional, e com ela iremos aos combates sempre.

Rechaçamos de antemão qualquer intento de desvirtuar a justa causa de nossa luta, acusando-a de narcotráfico, narcoguerrilha, bandidagem ou outro qualificativo que possam usar nossos inimigos. Nossa luta se apega ao direito constitucional e é motivada pela justiça e pela igualdade.
Portanto, e conforme esta declaração de guerra, damos às forças militares do EZLN, as seguintes ordens:

Primeiro: Avançar em direção à capital do país, vencendo o exército mexicano, protegendo em seu avanço libertador a populção civil e permitindo aos povos libertados eleger, livre e democraticamente, suas próprias autoridades administrativas.

Segundo: Respeitar a vida dos prisioneiros e entregar os feridos à Cruz Vermelha Internacional.

Terceiro: Iniciar julgamentos sumários de soldados do exército federal mexicano e da polícia política que tenham recebido curso e que tenham sido assessorados, treinados ou pagos por estrangeiros, seja dentro de nossa nação ou fora dela, acusados de traição à Pátria, e de todos aqueles que roubem ou atentem contra os bens do povo.

Quarto: Formar novas filas com todos aqueles mexicanos que manifestem somar-se à nossa justa luta, incluindo aqueles que, sendo soldados inimigos, se entreguem às nossas forças sem combater e jurem responder às ordens deste Comando Geral do Exército Zapatista de Libertação Nacional.

Quinto: Pedir a rendição incondicional dos quartéis inimigos antes de travar os combates.

Sexto: Suspender o saque de nossas riquezas naturias nos lugares controlados pelo EZLN.

Povo do México: Nòs, homens e mulheres íntegros e livres, estamos conscientes de que a guerra que declaramos é uma medida extrema, porém justa. Os ditadores estão aplicando há muitos anos uma guerra genocida não declarada contra nossos povos. Por isso pedimos sua participação decidida, apoiando este plano do povo mexicano que luta por trabalho, terrateto, alimentação, saúde, educação, independência, liberdade, democracia, justiça e paz. Declaramos a intenção de não deixar de lutar até conseguirmos o cumprimento destas demandas básicas de nosso povo, formando um governo livre e democrátio em nosso país

INTEGRE-SE ÀS FORÇAS INSURGENTES DO EXÉRCITO ZAPATISTA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL
Comando Geral do EZLN

Nostalgia Burguesa.

Desde a semana passada tem feito frio aqui em Porto Alegre. Além do frio, tivemos um ciclone nos visitando, o que foi uma experiência nada agradável que deixou um rastro de destruição na cidade. Isso que nem foi um "Katrina" da vida, mas mostra que não estamos preparados para catástrofes naturais, já que acreditamos piamente que o Brasil é o país abençoado, sem nada de ruim (terremotos, vulcões, furacões, tornados, etc). AHAM, dá pra ver.

Enfim, nessas horas bate uma nostalgia. Penso como tive sorte de ter tido o privilégio de conhecer algumas das cidades mais lindas do mundo. E penso nisso porque aquelas que eu considero algumas das mais lindas do mundo estão situadas nas linhas temperadas do globo, e, consequentemente, tem um inverno bem rigoroso.

Assim, esse post de hoje pode ser enquadrado em um marcador "nostalgia de tempos burgueses da Paty, quando ela não era pobre, não tinha que vender tudo pra pagar as dívidas da mãe e quando pra comprar alguma coisa não enquadrada no conceito de primeira necessidade, não tinha que recorrer ao cartão de crédito por falta de dinheiro vivo ( o que gera novas dívidas)". Quem não quiser compartilhar desse momento nada proletário, pare de ler aqui.

Com exceção de Buenos Aires, que eu fui no inicio desse ano, a maioria dos lugares que conheci deixaram aquela sensação de "faltou alguma coisa". Na real, faltou muita coisa. Eu tinha 15 anos (meu Deus! 15!!!!!!parece ontem, faz dez anos! buaaaaa) então não pude fazer muiiita coisa que faria hoje! Imagina, não enchi a cara de vinho na Itália! Não pude beber uma cerveja inglesa em um pub e voltar cambaleando para o hotel, de preferência com um "british man". Não conheci o Museu Britânico. Em Paris, não sentei em um café daqueles típicos franceses, para tomar um café e fumar um cigarro, a moda Simone de Bouvoir e Sartre! Sequer entrei em livrarias parisienses, embora lembre ter passado por uma que era em frente ao Sena e era um mimo, em uma casa antiga, bem aquele tipo de construção que a gente imagina ter na capital do amor (dizem que é, eu não tive ou vi amor lá...). Na Itália, não entrei no Coliseu, só tirei foto do lado de fora, porque a excursão tinha tempo exíguo para cada lugar.







Quando a gente começa a pensar em tudo que podia ter feito, todos os lugares que podia ter conhecido, qualquer viagem fica incompleta...



Falando em livraria, já fui duas vezes em Buenos Aires e não visitei a Livraria Atheneo! Que raiva, não deu tempo e pior, acabei passando a tarde em um shopping ao invés de conhecer aquele templo dos livros! Talvez pro meu bolso tenha sido melhor, não sei se conseguiria controlar meu ímpeto consumista que fica atiçado em livrarias. Sem falar na manifestação das Mães da Praça de Maio, que perdemos porque, como historiadores toscos, não lembramos de ver antes de viajar que dia era a passeata. Chegamos na quinta, sem saber, fomos embora na outra quinta, já sabendo mas sem possibilidade de ir porque estávamos indo embora! Que raiva!

Enfim, que vontade de viajar. Conhecer Buenos Aires no inverno...Ver a neve caindo às margens do Tâmisa...Penso, imagino, e....putz, tá na hora de sair do transe, fechar a internet, e voltar a vida real, pegar o ônibus pra ir pra faculdade, contar as moedas pra comprar pão de manhã, esperar receber o salário na quinta e na sexta, já não ter mais nada depois de ter pago as contas, tentar ir no médico curar a porra da dor no ciático e dar de cara com o lugar fechado porque o atendimento pro SUS é só até as 18 horas, tudo isso em uma cidade que faz frio, mas que não fica charmosa com ele.

Momento bairrista

Eu sou Gremista. E anti-colorada. Tem pessoas que conseguem apenas ser torcedores de seus times, mas eu não, eu odeio o Inter (não na mesma intensidade que amo o Grêmio porque aí seria demais).
Portanto, hoje não é um bom dia para mim. Além de estar experimentando as crueldades do tempo (DNA - data de nascimento avançada), que me faz sentir desde sexta dores no ciático, ontem o Inter tirou uma toca de muito tempo e ganhou o Campeonato Gaúcho. A raiva só não foi maior por causa da dor que sinto desde sexta.
Porém, existe uma coisa que me emputece mais do que ter que aguentar flauta de colorado: é assistir noticiarios esportivos do centro do país. Porra, acabei de voltar de casa e, enquanto almoçava, assistia ao Globo Esporte. Já estava na segunda parte, a qual teoricamente, é nacional, já que a primeira parte contém as noticias esportivas locais. Então a lógica é qual? Que a parte do programa que é nacional, vai falar de todos os times, em especial dos que ganharam ontem seus regionais. Mas não funciona assim, nunca funcionou e eu, surpreendentemente, ainda me irrito com isso.
Falando sério, o Inter tava em desvantagem, tinha que ganhar pois o empate beneficiava o Juventude, foi lá, fez 8 a 1 em um time que é toca histórica deles (eu achei muito estranho isso, o Ju ter ganho todos os jogos desse gauchão e chegar no último e levar uma goleada assim, mas deixa pra lá) ganhou o campeonato (que não ganhava há tempos, diga-se de passagem) e mesmo assim, ocupou um espaço igual a de outros campeões regionais. Até aí tudo bem, se o programa é nacional, como disse, o campeão alagoano, o gaúcho, o mineiro, paulista, etc, tem que ter o mesmo espaço. Mas não é assim. E o Palmeiras e Flamengo ganharam um quadro inteiro só para eles! Foda-se que o Inter ganhou de goleada, foda-se que o Cruzeiro ganhou o segundo jogo mesmo tendo goleado no primeiro clássico, foda-se que o Coritiba ganhou fora de casa do Atletico apenas alguns meses após a conquista da segundona...Nada é tão importante quando os campeões paulista e carioca!
Que raiva que dá! Nessas horas, eu deixo de ser gremista e passo a ser gaúcha mesmo. Esse tipo de coisa me faz lembrar quando o Grêmio dos tempos áureos do Felipão ganhava tudo: foi campeão da Libertadores em 95, campeão brasileiro em 96 e tri da copa do Brasil em 97. Por alguns meses, o Grêmio era campeão dos dois principais campeonatos do país! Mas isso não era suficiente para que a imprensa do centro do país desse uma atenção igual (vejam, igual, não maior) do que dos times de SP e RJ. Não há nada suficiente para que times de fora do "centro" ocupem espaços iguais, não adianta Grêmio, Inter, Cruzeiro, Atletico-MG, Cortiba, Atletico-PR, virem a ser campeões mundiais, ainda vai ter mais notícia da cãimbra que o jogador do São Paulo sentiu do que da conquista de qualquer titulo.
Não tem como não ser bairrista nessas horas, por mais tosco que possa parecer. Depois não entendiam porque o país inteiro, com exceção dos proprios torcedores, queriam que o Corinthians caisse. Que caiam todos, que se exploda Flamengo, Palmeiras, Corinthians, Fluminense e todos times "grandes" do centro do país.
Aos meus críticos: viram como sou capaz de pensar e argumentar racionalmente questões futebolísticas? Pessoalmente é muito melhor que não seja noticiado nada do Inter, mas pra mim a questão é muito mais ampla e todos acabamos sofrendo com essa merda de privilégio concedido à paulistas e cariocas. Nessas horas, temos que nos unir! ( mas só nessas horas).

Sabedoria popular no Boteco Natalicio!

Quarta a noite fui com quatro das amigas que mais amo nessa vida a um boteco muiiito legal aqui em POA. Além de ter quitutes pra lá de gostosos e um chope muito bom (porém caro), o toque do lugar está nas diversas placas e quadros com frases de sabedoria popular, tipo aquelas que a gente vê em caminhão. Era uma melhor que a outra.

Resolvi postar as que eu lembrei, mas tinha muito mais. Recomendo a quem puder, que vá tomar um chopinho e coma um escondidinho no Boteco Natalício. Onde? Na Cidade Baixa, é claro!

"Most people eat to live. I live to eat" (Tradução: A maioria das pessoas come para viver. Eu vivo para comer)

"Onde quer que você esteja, você sempre estará lá"

"Queria ser pobre um dia na vida, porque todos os dias é foda"

"Dinheiro não traz felicidade, mas ajuda a sofrer em Paris"

"Roubar idéias de uma pessoa é plágio. De várias, é pesquisa"

"Dinheiro não é tudo. Também tem cartão de crédito, cheque..." (LEMA DA MINHA VIDA)

"Chefe é como nuvem, quando sai, o dia fica lindo"

"Mini-saia é como arame farpado: protege a propriedade, mas não tira a visão"

E a melhor de todas:




Bem que podia ser verdade né?

Lombroso e o Darwinismo Social Vivem!

Sabem aquela frase típica "vou morrer e não vou ver tudo"? Infelizmente é verdade.


Digo infelizmente, porque a gente só lembra dessa frase quando ouve coisas absurdas, tipo a recente noticia sobre a "obra" do "artista" crítico da humanidade e da contemporaneidade que "usou" um cachorro de rua para mostrar a hipocrisia humana, deixando-o morrer de inanição durante uma exposição, bienal, qualquer que seja a merda.


Enfim, hoje recebi dois emails de uma amiga, um com uma noticia e outro com uma postagem de um blog, seguido de vários comentários. O que os dois tem em comum? Demonstram que Lombroso e suas idéia não estão ultrapassados. A idéia disseminada, que se inseriu na consciência coletiva (se é que ela existe) é aquela segundo a qual o bandido, o marginal, é um ser diferente, doente, moralmente degenerado. E se existem pessoas "normais", deve haver uma explicação, um ponto de origem para esses "anormais" não é? Porque se eles não seguem o curso normal de um ser humano, então há algo errado com eles! Claro!!!


O médico italiano Cesare Lombroso, autor do livro L’ uomo delinqüente, de 1876 (sim, século dezenove), acreditava que o delito era um ente natural, sendo explicado por fatores biológicos e até mesmo hereditários. Para confirmar sua hipótese de que o criminoso era um ser que não segue a evolução normal da espécie humana, realizou inúmeras pesquisas com o intuito de procurar semelhanças antropométricas entre os delinqüentes. A criminologia positiva, que tem Lombroso como expoente, se assentava em três pilares: o crime é um fenômeno natural; o estudo do crime deve ser realizado através do mesmo processo de conhecimento usado para as ciências naturais e pela observação e pesquisa dos criminosos, assim identificados oficialmente, é possível desvendar as causas do crime e extirpá-los da sociedade.


Muita coisa foi feita depois disso. Correntes criminológicas de cunho sociológico foram desenvolvidas já no início do século XX, e caras como Edwin Sutherland pararam pra pensar "peraí! como é que a gente explica a existência de crimes cometidos por pessoas bem sucedidas, pessoas, teoricamente "de bem", os famosos "bons cidadãos" (aqueles atingidos pela violência, aqueles que não podem ter o direito de ter sua arma pra se defender, que sao atingidos por leis absurdas como a do desarmamento, aqueles que não são defendidos pelos direitos humanos, que é sinônimo de direito de bandido)"? Os estudos acerca dos crimes de colarinho branco desse sociólogo americano foram realizados nas décadas de 30 e 40. Muita coisa foi feita depois. E ainda sim, permanece a idéia do crime como doença, do criminoso como um degenerado, diferente do resto normal da sociedade.


Enfim, posto abaixo a noticia das descobertas maravilhosas desse brilhante médico moderno, que apesar de não estar falando sobre crime e criminosos, aposta na idéia lombrosiana e do darwinismo social de que existem "raças inferiores". Sugiro que acessem esse endereço também e dêem uma lida na postagem e nos comentários:http://fabianponzi.webnode.com/news/a-revolta-de-quem-virou-estatistica/discussioncbm_20718/30/.

Professor atribui baixa nota do Enade ao "QI dos baianos"


Fabiane Madeira

Direto de Salvador


O professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Antonio Natalino Manta Dantas, atribui ao "baixo QI dos baianos" a nota 2 obtida pelo curso no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) e no Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD). O reitor da universidade convocou o diretor da Faculdade de Medicina para uma reunião e deverá se manifestar hoje à tarde.
"Há uma inferioridade dos alunos baianos em relação aos outros. A prova foi uma mostra disso", disse Dantas, em entrevista à rádio Band News. Para o professor, "o baiano é uma pessoa igual a qualquer outra, mas talvez tenha déficit em relação a outras populações. Não temos aquele desenvolvimento que poderíamos ter. Se comparados com os estados do Sul, vemos que a imigração japonesa, italiana e alemã foram excelentes para o país. Aqui ficamos estagnados"(GZUZ). Dantas é baiano e formando na própria UFBA na década de 60.
O professor disse ainda que o sistema de cotas para afro-descendentes pode ter contribuído para o mau desempenho. "A prova foi feita com alunos do primeiro semestre e do último semestre. Pode estar havendo uma contaminação das cotas (!!) e influência da transformação curricular nesse resultado".
Ainda na entrevista, Dantas afirmou que a tradicional percussão do Olodum é um "barulho" e que um dos símbolos da Bahia, o berimbau, é um instrumento para pessoas pouco inteligentes. "O berimbau é o tipo de instrumento para o indivíduo que tem poucos neurônios. Ele tem uma corda só e não precisa de muitas combinações musicais", disse.
Procurado pela rádio, o reitor da UFBA, Naomar de Almeida Filho, classificou as declarações de Dantas como "racistas e ignorantes". O reitor convocou o diretor da Faculdade de Medicina, José Tavares Carneiro Neto, para uma reunião de emergência na qual deverá pedir providências em relação à postura de Dantas. O reitor, que é favorável às cotas, deve se manifestar à tarde.
O curso de medicina da UFBA será supervisionado pelo MEC, junto com outras 16 instituições que obtiveram notas baixas nas avaliações federais. A faculdade de Medicina da UFBA foi a primeira instalada no País e completou 200 anos recentemente. Entre os formados pela instituição está o falecido senador Antônio Carlos Magalhães.