Cerveja!!!

Hoje é vespera de feriado. Nesse clima de "amanhã não tem trabalho, faculdade, dá pra dormir até tarde", resolvi postar o endereço de comentários sobre diferentes marcas de cerveja feitos em um blog muito legal chamado Pudim de Beterraba. Recomendo que acessem http://pudimdebeterraba.blogspot.com/search?updated-max=2008-03-29T15%3A57%3A00-03%3A00&max-results=10, nessa página, além desse post da cerveja, tem outros, como o dos mapas diferentes do Brasil.

Com relação ao post específico da cerveja, achei legal e quando der, farei o mesmo teste. Mas a princípio, concordo com as análises feitas, com exceção da Polar, que pra mim, é a melhor (não sei até que ponto o fator bairrista influi, mas eu gosto muito do sabor).

Aliás, isso é interessante. Eu nao gostava de cerveja, achava horrivel, gosto ruim, amargo. Não me lembro bem quando comecei a gostar, mas foi que nem chimarrão, tu sabe que aquilo não é muito bom (momento eufemismo, porque é ruim e pronto) mas faz parte da cultura, todo mundo toma, tem um ritual que envolve a degustação, e com o tempo, a gente se acostuma e passa a gostar. No meu caso, eu passei do "não- gostar", para o "gostar" para o "não vivo sem". Aliás, hoje o dia pede uma cervejinha!

Divagando um pouco nessa manhã chuvosa.

Chove em Porto Alegre. Ótimo maneira de iniciar a semana. Horário de almoço, a chuva fez com que optasse ficar no escritório. Sem nada para fazer, fico pensando, pensando e pensando. E passo aqui para despejar meus pensamentos idiotas.
Certas coisas são interessantes.
Penso na facilidade que a gente tem de enxergar claramente os problemas alheios. Quando não é com a gente, parece tão fácil visualizar e apontar problemas e soluções.
Quanto enxergamos uma situação externa a nós, por exemplo, quando um amigo (a) está namorando e não sai mais sem o anexo, fica muito fácil dizer "ah, fulana não faz mais nada sozinha, parece que nasceram grudados". O problema é quando nós estamos na mesma situação e acabamos por tomar as mesmas atitudes. Convenhamos: quando é com a gente, o buraco é mais embaixo, temos a capacidade incrivel de justificar a tal atitude de maneira que não possa ser igualada a da outra pessoa. Como pode existir tanta contradição, penso eu? Porque é mais fácil ver e julgar as atitudes alheias do que as nossas, dãããã né!
Tão simples e tão complexo isso. Ainda mais nesses casos de relacionamento. Só quem foi "abandonado" por um amigo que começou a namorar sabe isso é uma merda. E a gente promete "eu não vou fazer isso, nunca". E nunca é uma palavra utópica, porque não temos como saber como nossas vidas irão se desenrolar. Até podemos tentar não cair na armadilha, mas a minha experiência como observadora (experiência cômoda, eu admito) demonstra que em pequenas atitudes, as pessoas sempre privilegiam os relacionamentos amorosos em detrimento de outros. É uma regra da vida, diria eu, a qual todos estamos expostos.
Enfim, esse exemplo dado acima é só um. Eu ouço amigas e amigos contarem suas peripécias, seus conflitos, e vejo tão claramente as soluções e as origens dos mesmos. E as vezes questiono: "poxa, porque beltrano nao consegue se livrar desse sentimento, ou parar de fazer tal coisa, que o prejudica tanto?" Sim, mas eu consigo fazer isso? Eu consigo me livrar dos sentimentos incômodos que eu tenho, eu consigo tomar atitudes frente à acontecimentos da minha vida, eu consigo sempre mudar o que me incomoda? ÓBVIO que não. O máximo que faço é me dar conta disso, o que, diz a sabedoria popular, é um começo. Um começo sem fim, na maioria das vezes, que nem dieta.
Então o que nos resta, é tentar se estressar menos. As coisas são como são, cada um tem seus problemas e resolve (ou não) do jeito que quiser. Eu sempre fui a conselheira, aquela a que todos procuram pra desabafar e pedir conselhos. Talvez por isso esteja tão acostumada a formar opiniões acerca da vida alheia. E isso vai ter que parar, por mais que seja um fato incontroverso que enxerguemos mais claramente as coisas na condição de agentes externos. O máximo que podemos fazer é exteriorizar nossa opinião de "agente neutro" e a pessoa que faça o que quiser com aquilo. E quando estivermos no lado "ouvinte", utilizemos a mesma lógica.
Mas, pra mim é fato: as vezes nós somos muito hipócritas.

Idéias para uma sociedade melhor

Toda essa história do caso Isabella me fez lembrar de um artigo escrito pelo meu professor e orientador de TCC na faculdade, na qual ele ridiculariza muito do "senso comum" gerado por casos chocantes como esse da menina. Então, publico aqui algo que foi escrito em 2004 mas que se repete de tempos em tempos na nossa imprensa (e tb na sociedade).


Morte ao pessoal dos direitos humanos!


Andrei Zenkner Schmidt


PORTO ALEGRE - Também a mim causou indignação o crime praticado pelo caseiro de Brasília contra a universitária Maria Cláudia Del’lsola, de apenas 19 anos de idade, no último dia 9 de dezembro. Não podemos permanecer inertes diante de tamanha atrocidade. Diante disso, seguem, abaixo, algumas soluções que entendo corretas para, quem sabe, uma futura alteração na legislação penal brasileira:

a) a prática de crime de homicídio qualificado, independentemente de trânsito em julgado, deve obrigar o réu a responder a todo processo na prisão, sem direito à visita de advogado, parentes e amigos. Ademais, não deveria haver a possibilidade de tomar sol durante o dia inteiro.


b) A confissão obtida, ainda que na esfera policial, em crimes de homicídio, autorizaria o juiz a um julgamento antecipado da lide, na medida em que não há razão para delongas processuais: se o réu é confesso, por que perdermos tempo com um processo que irá resultar, impreterivelmente, em condenação?

c) Nos crimes hediondos contra a vida, o evento morte, uma vez tendo repercussão nacional, deve sujeitar o criminoso à pena de capital. Trata-se do respeito a uma garantia fundamental: olho por olho, dente por dente. Alguém conhece algo mais preciso e exato que isso?

d) A execução da pena de morte deve ser feita em praça pública. No caso de crime praticado no Distrito Federal, a cerimônia deverá ocorrer na Praça dos Três Poderes, a fim de representar que o Estado, uma vez lesado, reage à altura do criminoso. Nos Estados, a execução deve ocorrer em frente ao prédio do Poder Executivo, devendo estar presentes um representante de cada um dos poderes, bem como do Ministério Público.

e) A execução deve ser mediante o uso de chicote, devendo ser desferidas tantas chibatadas quantas sejam necessárias para a morte do condenado. Se o condenado não se arrepender do crime, as chicotadas deverão ser desferidas pelos ascendentes ou descendentes da vítima. Caso tenha sido manifestado formalmente o arrependimento, ser-lhe-á assegurado o direito de ser executado por um representante da sociedade.

f) As despesas oriundas da execução deverão ser arcadas pelo condenado. Caso ele não tenha condições financeiras para tanto, deverá ser compelido a trabalhos forçados na prisão, enquanto aguarda a sua execução. Na hipótese de haver recusa peremptória para o labor, as despesas serão arcadas pelo pessoal dos direitos humanos.

g) A cerimônia de execução denominar-se-á “Cerimônia de Restabelecimento da Paz Pública”. Após o seu encerramento, o corpo do executado será cerrado em partes, sendo a cabeça enviada para os parentes da vítima. No caso de pluralidade de vítimas, os parentes de cada uma delas realizarão sorteio para decidir a titularidade de cada resto mortal. Os parentes do condenado, por sua vez, receberão exemplares da Bíblia Sagrada.

h) A cerimônia de execução deverá ser filmada e veiculada, obrigatoriamente, nos principais programas de auditório da TV nacional. Após uma semana, a edição, com os melhor momentos, deverá ser transmitida no programa Linha Direita, da TV Globo.

i) O Governo Federal deverá efetuar estudos objetivando a instalação de pulseiras magnéticas, capazes de propiciarem localização por satélite, em todos os potenciais delinqüentes, independentemente de já terem sido condenados por delitos anteriores.

j) Deverão ser terminantemente proibidos todos os movimentos de divulgação e respeito de direitos humanos, tendo em vista o caráter nocivo à soberania nacional representado por tais ideologias comunistas. Ademais, é irrestritamente proibida a criação de ONGs com a mesma temática. Quanto às ONGs já existentes, deverão ser extintas, até mesmo porque não há direito adquirido em detrimento do interesse social.

k) O Congresso Nacional deverá nomear comissão tendente ao desenvolvimento de estudos para a formulação de proposta de emenda constitucional objetivando revogar os direitos enunciados nos incisos XXXIX (princípio da legalidade penal), XL (irretroatividade da lei penal), XLVII (proibição de penas de morte, perpétua e cruéis), XLIX (dignidade da pessoa humana do preso) e LVII (presunção de inocência) do art. 5º da Constituição Federal. Além disso, deverão ser realizados estudos tendentes à modificação do Código Penal, a fim de assegurar a exclusão da ilicitude do crime de tortura sempre que o ato seja praticado objetivando a obtenção de confissão em inquérito ou ação penal. Farão parte dessas comissões, além de representantes da sociedade, juristas de renome, tais como Hebe Camargo, Adriane Galisteu, Faustão, Leão e Ratinho.

l) Tais medidas não são aplicáveis ao homem médio, à mulher honesta, ao bom pai de família e, de uma maneira geral, aos representantes da boa sociedade brasileira.


Que Deus esteja conosco!

Aporias do dia

  • Qual dos dois? O homem é apenas o erro de Deus ou Deus o erro do homem?
  • Que tédio! É sempre a mesma história! Uma vez concluída a casa que se construiu, constata-se que aprendemos durante o trabalho, sem ter consciência, algo que deveríamos saber antes mesmo de começar. Eterno e desesperador "tarde demais" - melancolia dos empreendimentos concluídos...
  • Basta, continuo a viver; e a vida, pelo menos, não foi inventada pela moral; ela deseja a ilusão, ela vive de ilusão...mas eis-me aqui de novo, não é mesmo? a recomeçar e a fazer o que sempre fiz, imoralista e impertinente caçador de pássaros - a falar contra a moral, fora da moral, "além do bem e do mal".
Friedrich Nietzsche - o cara
Cada vez mais eu me encanto com a obra desse cara. Ele consegue botar o dedo na ferida da civilização e do homem ocidental e, ao mesmo tempo, é capaz de produzir questionamentos belos e profundos...Ele certamente era pessimista frente ao mundo, mas a leitura que fazemos de sua obra é o que define nossa visão acerca do seu legado (que profundo não?).

Assunto batido

A vontade de postar essa capa da Veja foi grande. A vontade de comentar sobre o assunto não é proporcional. Muito se fala sobre o caso Isabella. O que eu penso e defendo já foi dito por diversas pessoas. Mas essa capa é um atentado, chega a dar vergonha da liberdade de imprensa, que tem que existir, que é uma conquista após anos de censura, mas que tem que se manter ética e mais, dentro da legalidade.

Na minha opinião, isso é uma violação aquele princípio que está naquele livrinho...como é o nome mesmo?? Ah, sim, a Constituição Federal! Isso, o tal de princípio da presunção da inocência. Que bobagem isso não? Bando de defensor de direitos humanos, babacas esquerdistas! O negócio é que todo mundo é culpado até se prove o contrário! Ora bolas...

E o pior é que a minuscula frase posta em cima do "Foram Eles" protege a Veja, porque quem acha isso é a policia, não a publicação. Isso na realidade é comum no meio jornalistico, mas as vezes da vontade de chorar.

Sinceramente, em poucas linhas, eu acho que há uma grande possibilidade que tenha sido eles. A perícia parece apontar para isso. Mas eu ACHO, sem ter acesso ao Inquérito, à perícia (porque vai saber se o que falam na mídia é tudo que está nos relatórios), aos depoimentos. Sem falar que ainda não há processo penal! não há ação penal, os dois não são réus, não foram denunciados, a denúncia não foi aceita. Então pelo amor de Deus, será que não dá pra maneirar? Ou será que os íntegros jornalistas de meios de comunicação como a Veja vão alegar que "é isso que o povo quer ler, é isso que vende"? Foto de acidente também vende, de corpos despedaçados, de mutilações...Mas isso não se publica. Não sei sinceramente se há uma lei ou regra proibindo a divulgação desse tipo de imagem (pra suícidio parece que há). A galera gosta de sangue, então é complicado se amparar em argumentações baseadas em sentimentos irracionais da população.

Mas quem sou eu para questionar o Quarto Poder? Vejam (olhem o trocadilho) a capa dessa semana:

Boas lembranças: PRR4 e JFRS

Essa última semana foi cheia de nostalgia para mim. Sexta passada fui almoçar com os colegas do meu último estágio na Procuradoria Regional da República da 4ª Região. Na quinta-feira fui almoçar com os colegas do estágio anterior, na 1ª Vara Criminal da Justiça Federal. E como foi bom!


Ambos estágios foram maravilhosos, em todos os sentidos. Aprendi bastante, desconstruí alguns mitos acerca do funcionamento do Judiciário e do Direito, conheci pessoas maravilhosas. Aliás, pra mim, foi isso que ficou. O pessoal da PRR4, por exemplo, foi muito importante, pois me ajudaram, deram muita força quando minha mãe ficou doente enquanto eu cursava o último semestre da faculdade. Qualquer outro lugar me mandaria embora, mas lá eu recebi muito apoio, tanto para ajudar nos problemas , quanto na hora de fazer piadas e comentários de duplo sentido, o que sempre alegrava minhas tardes. Vou ficar agradecida pro resto da vida.


Na Justiça também. Foi lá que conheci algumas das pessoas mais fascinantes que já passaram pela minha vida. Pessoas inteligentes, competentes, companheiras. Lá ganhei uma "mãe" postiça que me recebeu de braços abertos mesmo depois de um ano e meio de ausência. Foi ela, inclusive, que me deu de presente uma caneta que é a coisa mais bonitinha: rosa com um cachorro de pelucia em cima. Sei, sei, coisa infantil...Mas amei, não consigo parar de olhar e ficar feliz. Quando tu entra em um lugar no qual tu trabalhou por um ano, de onde saiu há três e as pessoas lembram de ti, falam como se fosse ontem que tu estivesse ali, não tem como não ficar contente...pelo menos eu fico, sendo manteiga derretida do jeito que sou.


Nessas horas eu vejo como sou tosca.Vivo tendo pensamentos pessimistas e vendo o pior do ser humano, mas na prática, sou uma Poliana. Acredito nos sentimentos verdadeiros, na amizade e no companheirismo. E fico pensando em como tenho sorte de possuir um circulo de amizades e contatos tão especiais. Prefiro pensar que sou tosca do que hipócrita, mas deixemos isso pra outro dia.


Só pra dar uma palhinha de como eu sou boba, tirei uma foto do presentinho que a "mãe" Rose me deu. Vejam e podem rir a vontade.





Reflexões

Decálogo da Segurança



1) Os terroristas jogam com o medo e o pânico. Somente um povo previnido e valente pode combatê-los. Ao ver um assalto ou alguém em atitude suspeita, não fique indiferente, não finja que não viu, não seja conivente, avise logo a polícia. As autoridades lhe dão todas as garantias, inclusive do anonimato.


2) Antes de formar uma opinião, verifique várias vezes se ela é realmente sua, ou seja, se não passa de influência de amigos que o envolveram. Não estará sendo você um inocente útil numa guerra que visa destruir você, sua família e tudo o que você mais ama nessa vida?


3) Aprenda a ler jornais, ouvir rádio e assistir TV com certa malícia. Aprenda a captar mensagens indiretas e intenções ocultas em tudo o que você vê e ouve. Não vai se divertir muito com o jogo daqueles que pensam que são mais inteligentes do que você e estão tentando fazer você de bobo com um simples jogo de palavras.


4) Se você for convidado ou sondado ou conversando sobre assuntos que lhe pareçam estranhos ou suspeitos, finja que concorda e cultive relações com a pessoa que assim o sondou e avise a polícia ou o quartel mais próximo. As autoridades lhe dão todas as garantias, inclusive do anonimato.


5)Aprenda a observar e guardar de memória alguns detalhes das pessoas, viaturas e objetos, na rua, nos bares, nos cinemas, teatros, auditórios, nos ônibus, nos edificios comerciais e residenciais, nas feiras, nos armazéns, nas lojas, nos cabelereiros, nos bancos, nos escritórios, nas estações rodoviárias, nos trens, nos aeroportos, nas estradas, nos lugares de maior movimento ou aglomeração de gente.


6) Não receba estranhos em sua casa, mesmo que sejam da policia - sem antes lhes pedir a identidade e observá-los até guardar de memória alguns detalhes: número de identidade, repartição que expediu, roupa, aspecto pessoal, sinais especiais, etc. O documento também pode ser falso.


7)Nunca pare seu carro solicitado por estranhos, nem lhes dê carona. Ande sempre com as portas de seu carro trancadas por dentro. Quando deixar o seu carro em algum estacionamento ou posto de serviço, procure guardar alguns detalhes das pessoas que o cercam.


8) Há muitas linhas telefônicas cruzadas. Sempre que encontrar uma delas, mantenha-se na escuta e informe logo a policia ou quartel mais próximo. As autoridades lhe darão todas as garantias, inclusive do anonimato.


9) Quando um novo morador se mudar para o seu edificio ou pare seu quarteirão, avise logo a policia ou quartel mais próximo. As autoridades lhe darão todas as garantias, inclusive do anonimato.


10) A nossa desunião será a maior força do inimigo. Se soubermos nos mater compreensivos, cordiais, informados, confiantes e unidos, ninguém nos vencerá.




Texto de um panfleto distribuido pelo Serviço Nacional de Informações aos DOPS's em 1969.


Tirem suas próprias conclusões...Será que isso ainda não se aplica ainda, só tendo mudado o "inimigo"a ser combatido? Coloquei em negrito minhas sugestões preferidas.

O melhor dia da semana!

Meu colega do escritório sempre diz a mesma frase às sextas-feiras: Hoje é o melhor dia da semana!
Concordo!! Porque mesmo que a gente não tenha planos, só o fato de pensar que amanhã dá pra dormir até mais tarde, que não tem aula, que depois ainda tem o domingo, já dá um up no dia. Pobre das pessoas que trabalham (ou são exploradas, depende do ponto de vista) no comércio...ou os profissionais da saúde, como minha amiga Tati.

Enfim, hoje é sexta. Então, no clima leve de hoje, posto essas idéias para portas de banheiros. Apesar de serem fotos de banheiros públicos (penso eu), deu vontade de ter em casa!
Bom fim de semana a todos!



Os Outros

Ontem a noite, cheguei em casa as 22.30, puta da cara com um cidadão que resolveu se meter na conversa que eu estava tendo com uma amiga no ônibus, e resolvi entrar na internet. Passei, só por hábito, aqui no blog, pra ver se tinham deixado um comentário ou mais vírus (hoje deixaram, tive que excluir o comentário...bando de @#@%$¨%) e tive a agrádavel supresa de ver dois comentários deixados pelo Ailton, um amigo de Minas Gerais, na postagem com os diversos mapas do Brasil. E fiquei pensando no assunto...e estou pensando ainda (sim, eu estou no trabalho, deveria estar fazendo outras coisas, mas não tá dando).

Vejamos essa imagem:


Sejamos sinceros, a gente dá risada ao ver esse mapinha. Pensamos : "haha, olha só a ignorância desses americanos imperialistas que não sabem nada do resto do mundo". Aliás, americano é sempre um ótimo alvo para avacalhar, existem piadas variadas sobre o assunto e, o pior, histórias reais, como a do presidente Reagan que disse estar feliz por estar na capital do Brasil, Buenos Aires (quem dera fosse nossa capital). Mas se pararmos pra olhar o nosso próprio umbigo, veremos que a falta de conhecimento do "outro" está aqui mesmo.
Os mapas postados antes me fizeram rir, eu admito. E são engraçados porque são verdadeiros! Tenho uma amigona que foi morar no Rio há uns anos e quando ela volta pra cá, volta e meia larga alguma coisa do tipo "ah, eu tava lá e veio um paraíba falar comigo". Paraíba?? Sim, os cariocas tem realmente a mania de chamar as pessoas que vem do norte e nordeste de paraíba, seja o cara baiano, alagoano, cearense...pra eles é tudo paraíba. E pra nós, gaúchos, tudo acima do Rio é nordeste. É quase como se norte e centro-oeste não existisse a não ser nas aulas de geografia do colégio.
E apesar de engraçado, isso também é trágico, porque mostra o total desconhecimento que temos de nosso próprio país. Fazer brincadeiras como as feitas pelo pessoal do Casseta e Planeta até é legal, mas eu fico pensando se esses clichês que são construídos não acabam se tornando verdades, se não acabam sendo incorporados ao "senso comum". Eu infelizmente conheço pouco desse nosso país. Pra falar a verdade, até mês passado, só conhecia Florianópolis fora do RS. Agora conheço Curitiba também (que é uma cidade linda) mas vejam, tudo na região sul. Eu simplesmente não conheço nada do resto do país! E penso que assim como eu, grande parte das pessoas que se dão o luxo de falar de boca cheia dos problemas do "povo brasileiro", como se existisse uma coesão entre todos habitantes daqui, não conhecem mais do que as redondezas de sua cidade ou região. E como isso é problemático, fico pensando no que poderia ser feito, se as escolas deveriam proporcionar uma visão mais abrangente da diversidade do nosso país...se a gente deveria se dar conta disso e procurar trocar experiências, conhecer gente de fora do nosso mundinho...AI G-ZUZ!!! Sei lá, o que fazer???
Já falei sobre isso antes, mas uma das experiências mais gratificantes que ganhamos ao viajar é conhecer gente de fora do nosso "mundo". Ouvir sotaques diferentes, expressões curiosas, hábitos típicos de outras culturas, tudo isso faz com que nosso horizonte se expanda. E mais: mexe com a nossa vontade de conhecer mais gente, mais lugares, e isso faz com que não fiquemos parados, vendo a vida passar diante de nossos olhos. A nossa curiosidade é o que nos impede de permanecer em estado de inércia. Sim, verdade. Mas também é verdade que uma pequenissima parcela da sociedade tem condições de se dar ao luxo de viajar. Então essa opção acaba sendo muito limitada, infelizmente.
As vezes parece que quanto mais a gente pensa, mas complexas ficam as coisas nesse mundo. De fato, o ser humano parece fadado a sempre olhar aquele diferente de si como o "outro", passando esse a ser visto como "inimigo" (como podemos ver nas guerras e conflitos nacionais - o traficante, o pobre, o marginal, é sempre o outro aqui no nosso país). E isso impede que possamos enxergar além das diferenças. Como mudar isso?
Depois de ficar uma semana na Argentina, sem falar nada de espanhol pra não correr o risco de falar merda, não conseguia parar de pensar no absurdo de não ser obrigatório o ensino dessa língua-irmã nas escolas brasileiras. Estamos cercados de países hispânicos, somente nós, os Eua e Canadá não falamos esse idioma, mas é mais fácil encontrar escolas que ensinem inglês do que espanhol. É absolutamente incompreensível!
Enfim, talvez da próxima vez que assistirmos um video, ou ouvirmos uma piada sobre a estupidez dos americanos desconhecedores do resto do mundo, possamos lembrar que a gente, com sorte, sabe quais são os nomes dos 26 estados brasileiros, mas não sabe quase nada sobre a maioria deles.

Para rir um pouco.

Depois de uma postagem deprimente, uma mais alegre, para dar umas risadas.

Visão do Brasil pelos nordestinos:




Visão do Brasil pelos sulistas:




Visão do Brasil pelos paulistas:


Visão do Brasil pelos cariocas:




Um pouco de tristeza

Vontade de chorar...Pronto, já estou chorando. Sei e não sei porquê.
Choro pela indecisão, pela sensação de que estou perdida, sem saber o que quero.
Choro porque a vida nunca é como queríamos que fosse.
Choro porque isso é bom e ruim ao mesmo tempo, como é a maioria das coisas.
Choro porque queria que as pessoas fossem mais claras comigo.
Choro porque desenvolvo muito rapidamente sentimento de apego pelos outros, esperando que seja recíproco.
Choro porque sei que isso é burrice...Choro porque no fundo pareço não saber.
Choro porque acho que os outros tem mais facilidade para mudar, enquanto eu fico parada sempre no mesmo lugar.
Choro porque aos 25 anos, já me questiono se não desperdicei a vida, se estou na profissão errada...
Choro porque só eu sei da minha fragilidade.
Choro porque as vezes sinto que meu único papel na vida é ser amiga dos outros, ser enxergada apenas assim, o que pode ser bom e ruim (novamente a dualidade).
Choro, talvez, porque estou sem tomar meu remédio...os problemas aumentam de proporção sem ele...ou talvez o remédio é que os diminua.
Choro porque não sei o que fazer e as vezes queria ajuda...mas não sei para quem pedir e não sei se quero pedir.
Choro porque acho que vou morrer com esse sentimento maldito que faz eu acreditar que há algo irremediavelmente errado e defeituoso em mim.
Choro porque as vezes é preciso...
Mas depois passa, as lágrimas secam e a gente é levado a seguir em frente. Até o próximo colapso.

Agradecimentos

Queria agradecer à pessoa querida e maravilhosa que postou um comentário aqui no blog que na realidade era um vírus. Muito obrigado, agora vou ter que chamar alguém pra limpar a merda do computador do meu trabalho e explicar pra chefe. Achei uma atitude muito bonita e de caráter. Fico feliz em saber que você, querida pessoa, está lendo meus textos, espero que esteja gostando. Infelizmente não aceitarei mais seus comentários.

Novamente obrigado, pessoas como tu fazem minha fé na humanidade ficar consolidada. Infelizmente sou pobre, não acesso dados bancários por computador e mesmo que fizesse não tenho mais do que 100 pila na conta. Não tenho informações privilegiadas, só as senhas de email e orkut. Desculpa, talvez vc quisesse achar algo de valioso no meu computador...Não será dessa vez. Boa sorte na próxima tentativa de fuder o pc alheio.

Ah, bom fim de semana e tudo de bom. Satã lhe espera ao fim da jornada.

Brincando de verdade

Ah, a sabedoria popular! Dizem por aí que é brincando que a gente fala muita verdade...Isso é muito interessante.
Certa vez questionei minha psicóloga sobre isso, e ela confirmou aquilo que é meio óbvio: ao falar algo em tom de brincadeira, nos damos a liberdade de dizer coisas que, do contrário, não teriamos coragem para exteriorizar. Isso vale para o lado bom e para o ruim.
Enfim, fico me questionando até que ponto isso vai, qual o limite. Será que tudo que falamos "brincando" é verdade? Já pensaram na complicação se a resposta for sim? Imagino que, como tudo em nossas vidas, o inconsciente brinca bastante com a gente nesses momentos. As vezes, a gente fala algo e não percebe quanto de verdade tem ali...Mas isso é normal, pois imagino que na origem disso esteja um mecanismo de proteção, de defesa da nossa saúde mental.
Bom, não nos resta muito a não ser encarar os fatos, e se as brincadeiras são verdades tranvestidas, vamos ter que encara-las como sua irmã sem adjetivação. E encarar a verdade quase sempre é uma merda quando não queremos fazê-lo.
Well my good people..vou trabalhar, porque infelizmente meu emprego não é escrever bobagem em blog na internet...bem que eu queria que fosse!

Nossa realidade é aparência?

Nós, humanos, somos animais muito curiosos. Convencidos por séculos de insistência filosófica, que afirmam que somos seres racionais, politicos, negamos veementemente nossa condição instintual. Grande ilusão...quando nos damos conta de que nossas vidas são comandadas por impulsos inconscientes, essa idéia cai por terra.
Não é de hoje que tenho essa visão pessimista de nossa raça. Há tempos penso nisso e hoje resolvi escrever sobre o assunto, inspirada por acontecimentos banais, mas que fazem pensar.
Ao longo de nossas vidas, somos obrigados a manter contato com outros da espécie, já que somos seres sociais. Assim, além do vínculo familiar (esse instituto que nos "diferencia" do resto dos animais), passamos a estabelecer contato com outras pessoas, na creche, no parquinho, no colégio, no clube, na praia, na faculdade, no trabalho, e assim por diante. Também mantemos relações sociais com pessoas desconhecidas, aquelas que passam por nós nas ruas, aquelas que nos atendem em bancos e lojas, etc. Pois bem, por alguma razão, as pessoas enquandradas no primeiro grupo (das relações mais íntimas, por assim dizer) acabam por fazer florescer, muitas vezes, uma relação de confiança, que nos faz acreditar na idéia de que podemos conhecer REALMENTE as pessoas a nossa volta.
Ai ai, doce ilusão. Se a gente não se conhece realmente, como conhecer os outros? Será que podemos acreditar que somos aquilo que aparentamos para o mundo exterior? Acho que não...Nós passamos para o mundo a imagem que construímos de nós mesmos, tentando alcançar essa figura idealizada que fazemos. E assim, não podemos acreditar que de fato conhecemos algem de verdade.
Sim, estou divagando muiiito hoje. É que recentemente, tive exemplos de como podemos nos enganar com os outros. Não falo isso com rancor, ou no sentido de que "ninguém presta, a gente não conhece ninguém de verdade", não é isso. Mas de fato a gente se surpreende quando tem uma imagem de alguém e é confrontando com lados que não conheciamos. A gente fala "fulano nunca faria isso, tenho certeza", "fulana é muito feliz, eu sei", "ciclano e beltrano são grandes amigos, vão morrer juntos", "posso contar contigo sempre", "fulaninha e beltraninho são tão felizes juntos"...e na real a gente ta falando de algo que não podemos saber com certeza! A gente pode, no máximo, conhecer o lado racional daqueles próximos a nós, mas o turbilhão que existe no inconsciente, lá no porão interno que existe em cada um, não tem como! É impossivel, no meu modo de ver.
Isso é tão perigoso...porque é tão fácil cair na armadilha do cinismo, da descrença no ser humano... Ainda mais porque não admitimos isso, fiéis que somos à idéia de que a racionalidade, a consciência manda em nossas vidas. Admitir o contrário faz com que fiquemos em um vazio: em que acreditar, onde se agarrar? Como viver sabendo que a gente pode se fuder (não no bom sentido) ao nos relacionarmos com outras pessoas, sejam amigos, colegas, familiares. É muito foda...
Já dizia Nietzsche que "Todo o homem dotado de espiríto filosófico tem mesmo o pressentimento de que sob esta realidade na qual vivemos e existimos, existe uma outra escondida, bastante diferente; nossa própria realidade é aparência".
Assim, a conclusão desse desvaneio pra lá de estúpido (estou um pouco de ressaca hoje, confesso...ontem foi o baile de aniversário de Porto Alegre e enfiei o pé na jaca com amigos na redenção) é a seguinte: não posso colocar a mão no fogo por mais nada nem ninguém nesta vida...nem por mim!