A genialidade da simplicidade

Seiscentos e Sessenta e Seis

A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
Quando se vê, já é 6ªfeira...
Quando se vê, passaram 60 anos...
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem - um dia - uma outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
seguia sempre, sempre em frente ...
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...

Mario Quintana

P.S: Esse poema se encaixa no assunto que deu origem à algumas postagens anteriores.Passaram semanas e eu continuo me indagando sobre isso. A única coisa boa é que, pela primeira vez na vida, estou agindo. Espero que não seja que nem dieta (pelo menos as minhas) que começam bem mas degringolam com o passar do tempo. É impressionante o poder que tem a rotina, as coisas parecem sempre voltar de onde começaram, em um ciclo vicioso.
Espero que a rotina e a comodidade não me prendam novamente e que eu possa continuar não olhando o relógio e seguindo em frente.
P.S.2: Não sou fã de poesia. Tentei várias vezes, mas não troco uma boa ficção por um poema. Entretanto, escritores como Quintana, Emily Dickinson e Tiago de Mello me encantam. Os poetas brasileiros por sua simplicidade, pela visão poética do cotidiano, a Emily Dickinson pela visão poética da desgraça e da tristeza (sim, isso mesmo, a mulher era bem deprê). Enfim, esse poeminha de hoje, na minha humilde visão, é magnifico.

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