Ser

Pois então, agora há pouco estava eu, dirigindo e pensando bobagem...pensava em como é usual fazer o uso de metáforas com carros, comparando-os com relacionamentos e pessoas. Todos já devem ter ouvido um comentário do tipo " sexo é como dirigir, só se aprende na prática". E é verdade, ambas assertivas. Assim como é verdade que carro parece tudo igual, mas não é. Por mais que saibamos dirigir, se estamos acostumados com um corsa 1.0 sem direção hidráulica, por exemplo, e de repente temos que dirigir um vectra 2.0 com direção e mil coisas a mais, é diferente! óbvio, a embreagem, a força que tu faz nos pedais, dependendo do tamanho do carro, tem que cuidar na hora de manobrar e tal. Enfim, e isso pode ser aplicado para pessoas. Homens e mulheres podem parecer todos iguais. De fato, as peças de fábrica, o básicão é igual mesmo. Mas nossa, quanto detalhe diferente, quanta maneira diversa de lidar...Ufa!
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Corte de pensamento. Esse início de postagem foi feito e salvo em rascunho semana passada. Deixei aqui e esqueci. Entre uma coisa e outra, o tempo pra escrever fica exíguo e a inspiração parece que foi dar uma volta. Eu penso muito: muita bobagem, muita coisa séria, muita coisa séria que não passa de bobagem e bobagem que deveria ser séria. Enfim...é foda. Dinheiro, relacionamentos, família, lazer, expectativas, sonhos. Tudo faz pensar, muita coisa estressa. A porra do dinheiro estressa mesmo aqueles que sabem que isso não deveria estressar, é incrivel, frustrante demais!A merda é que sem ele deixamos de fazer muita coisa que queremos, então parece inevitável que as coisas acabem por girar em torno dele.
Fico pensando na facilidade da vida para algumas pessoas. Sabe? Tem gente que enxerga o mundo em preto e branco, numa visão maniqueísta que pode ser criticável mas que deve tornar as coisas tão mais fáceis. Bandido bom é bandido morto...Esse país é uma merda, mas eu faço a minha parte, trabalho honestamente e pago meus impostos, a culpa é do governo...Nasci em berço de ouro, minha preocupação é fazer o mínimo que devo fazer porque o resto ta arranjado, não tenho que lutar pra sair do zero...e afinal, quem quer sempre consegue, quem tem dificuldade é fraco, não tem força de vontade, é vagabundo...Bla bla bla. Deve ser uma existência mais simples. Complexo é ter que lidar com os paradoxos da vida, dos seres humanos. Complicado é ver que as coisas mais simples são dificeis. Foda é perceber que tentar nem sempre é suficiente. Merda mesmo é ver que as vezes as coisas simplesmente não saem do jeito que gostaríamos, que não somos exatamente como queríamos e que os outros também não são, o que afinal, é normal. Dificil é ver que normal é um conceito estúpido, que não existe na prática.
Enfim, viver é maravilhoso, mas existir é mais fácil, mais prático. Por isso acho que quem pensa demais vive de menos, porque quem vê a vida em preto e branco, sem tonalidades, cores, nuances, não perde tempo pensando exatamente nisso. Pensa que escolheu a profissão certa, que será feliz nela, que se tornará uma pessoa mais digna e feliz com isso. Será? Como diz o personagem de Brad Pitt e Edward Norton em Clube da Luta : "We are not our jobs". O que resta, se não somos advogados, médicos, professores, dentistas, marido, mulher, filho, amigo de alguém? Somos pessoas. Só isso? O que isso significa?
Aff...pareço uma retardada que fica se perguntado : quem somos nós? qual o sentido da vida? hahahahaha! é, eu sou tosca. Mas enfim, esse é meu espaço, azar de quem resolve perder tempo lendo essa merda que escrevo. Sim, se alguém não percebeu, meu humor não está dos melhores.

Verissimo...o Cara

Ando sem inspiração para escrever... Me pego pensando, de vez em quando, em assuntos interessantes, que me causam ímpetos momentâneos de escrita...mas logo passam.
Nesse desenrolar, recorro a algo que não passa de um subterfúgio preguiçoso: postar um texto de outra pessoa. Se bem que, essa não é "outra pessoa" qualquer, é ninguém menos que Luis Fernando Verissimo. Sensacional, genial, são alguns adjetivos para descrever esse cara. A capacidade e o talento de alguém ficam latentes quando vemos um texto sobre algo banal, sobre acontecimentos diários, tranformado em algo incrível. Assim faz esse autor gaúcho, maravilhoso, mas que, como todos os seres humanos possui defeitos, afinal, é colorado!
Antes de "plagiar" o texto, tenho que contextualiza-lo. É uma crônica retirada do livro " O suicida e o computador" de 1992. Ficará óbvia a data com a leitura do texto, mas enfim...fica a dica para quem quiser algo leve mas com "sustância".
Regimes
O tal plebiscito para saber que tipo de regime a gente quer parece que não vai, afinal, ser antecipado. De qualquer maneira, é bom você estar previnido e, acima de tudo, informado. Tome nota. Os três regimes possíveis são:
Monarquia (do grego mono archia ou governo de um macaco só). Sistema político em que um só homem usa a coroa, o mantro, o cetro, e, em alguns casos, os sapatinhos de cetim do poder e os outros morrem, mas morrem de inveja. As monarquias podem ser absolutas ou constitucionais. A diferença é que no primeiro caso o monarca se diverte muito mais. No Brasil nós tivemos um imperador, Dom Pedro Segundo, pertencente a uma das mais antigas famílias reais da Europa, os Segundos, que foi derrubado pelo Marechal Deodoro da Fonseca e obrigado a se exilar. Isto causou muita confusão na época, porque os dois usavam a mesma barba e Dom Pedro insistia em viajar com ela. O baile da ilha fiscal é comumente apontado como símbolo da insconsciência de uma aristocracia alienada e condenada, que ao sair do baile encontrou nas ruas, em vez de táxis, a república. Foi ali, segundo muitos historiadores, que a monarquia brasileira acabou. Outra corrente sustenta que a monarquia realmente acabou ali, mas a República não começou e o que continuou e tomou conta do país foi o baile (nota: sensacional!).
República (do latim res publica ou vaca conhecida). Presidencialista. Nome dado a sistema político onde o governo é eleito pelo povo e derrubado pelos militares, enquanto o rei fica rindo da gente e dizendo "Bem feito" (nota: melhor definição ever). Numa república todos são iguais perante a Lei, mas é só ela virar as costas que fica um querendo tirar vantagem do outro. Volta a Lei e todo mundo esconde as armas e o baralho e faz cara de inocente, alguns até assoviando. A república presidencialista também pode ser descrita sucintamente como "isso que está aí". Também é o que tem nos Estados Unidos, mas não há comparação possível porque eles ganham em dólar.
República parlamentarista. É o que eles na Itália, onde só dá certo porque quem realmente manda no país é Assunta la Mamma Vermicelli, que, sobe gabinete cai gabinete, mantém a concessão do cafezinho e desconta vales no quiosque do parlamento. O traço comum a todas as repúblicas, tanto a presidencialista como a parlamentarista, é a saudade da monarquia, tanto que quem se destaca numa república é logo chamado de rei disto (como o Manuelão Tripé) rei d'aquilo.
Pronto. Você já pode fazer uma escolha inteligente.